Esta pesquisa foi constituída por dois estudos. O estudo 1 teve como objetivo
verificar o perfil funcional pela CIF em pessoas com DP e analisar quais aspectos da
funcionalidade tem maior associação com os sinais e sintomas da DP. Metodologia:
Estudo transversal, quantitativo realizado em pessoas com DP acima de 60 anos. As
variáveis testadas foram: sinais vitais, sinais e sintomas e gravidade da DP, dor;
equilíbrio corporal; Mobilidade funcional; Qualidade de vida (QV); Vulnerabilidade e
Fragilidade; Função cognitiva; Depressão. Ao final os dados foram classificados por
um checklist da CIF com 83 categorias dos domínios: função e estrutura do corpo,
atividade e participação e fatores ambientais. Resultados: Foram avaliadas 40
pessoas com DP, sendo 22 (55%) do sexo masculino, mediana da Hoehn e Yahr de
3 (2-3), com idade de 70,4 (±8,1) . Os sinais e sintomas da DP foram correlacionáveis
com a idade (r=0,476, p=0,003), mobilidade funcional (rho=0,600, p=0,0001),
equilíbrio (r=-0,664, p=0,001), QV (r=0,333, p=0,038), função cognitiva (r=-0,347,
p=0,031), depressão (r=0,334, p=0,041), vulnerabilidade (r=0,425, p=0,012) e dor
(r=-,462, p=0,035). O equilíbrio isolamente explicou 42% (p=0,001) da variabilidade
dos sinais e sintomas da DP. Por meio da CIF, 43 categorias foram selecionadas como
as mais representativas para as pessoas com DP, sendo 19 dos domínios função e
estrutura do corpo; 20 dos domínios atividade e participação e 4 dos fatores
ambientais. Conclusões: Foi possível utilizar a CIF como classificação funcional de
pessoas com DP. O equilíbrio explicou melhor a variabilidade da DP no estágio 3 da
doença seguido por idade, dor e vulnerabilidade. O Estudo 2 teve como objetivo
desenvolver e verificar os efeitos um programa domiciliar de exercícios físicos por
meio do vídeo de dança contemporânea para pessoas com DP sobre o equilíbrio
corporal, mobilidade funcional, qualidade de vida (QV), função cognitiva e depressão.
Métodos: Ensaio clínico, quantitativo, com grupo controle (GC) e grupo experimental
(GE), não randomizado. Os participantes realizaram duas avaliações, pré e pós o
período de intervenção. O programa de exercícios físicos domiciliares por meio de
vídeo de dança, foi realizado por 4 meses, 3 vezes por semana por 30 minutos diários
(48 sessões) para o GE e o GC manteve suas atividades rotineiras. Contatos
telefônicos eram feitos semanalmente no GE para conferir a participação, e coletar a
medida de esforço percebido (BORG) de cada participante. Resultados: Foi
observado melhora funcional no GE após o período de intervenção sobre a função
cognitiva p = 0,017 e tamanho de efeito = 0,606. QV, p= 0,034, com tamanho de efeito
= 0,260. Equilíbrio, p=0,020, com tamanho de efeito = 0,348. Humor e mobilidade
funcional não tiveram valores significativos, porém apresentaram moderados
tamanhos de efeito 0,698 e 0,554 respectivamente. O esforço percebido durante o
programa foi classificado como moderado e não ocorreram quedas ou desconfortos
durante a prática do programa no GE. Houve incremento sobre aspectos de função
cognitiva, humor, qualidade e vida, equilíbrio e mobilidade funcional após o programa
de exercícios físicos domiciliares por meio de vídeo de dança e este foi seguro para
ser realizado em domicilio.