Esta pesquisa propõe estudar as concepções de corpo que dança e pode
dançar, em suas conexões com a diversidade corporal; se, como e onde,
aparecem e são abordadas pelas e nas licenciaturas em dança, a partir da
pergunta: como a questão da diversidade corporal é ou não abordada na
formação dos licenciados em dança? Observa-se na história da dança, desde
os tempos primitivos até a contemporaneidade eleições corporais que
determinaram quem poderia ou não dançar; discursos e práticas discursivas
que estabeleceram e ainda estabelecem um padrão corporal para dança,
estereótipos do corpo a que cabe dançar ou não (VENDRAMIN, 2013;
MARQUES, 2012). Depois de desenhar um pouco da história da dança, discutir
alguns conceitos sobre o que é corpo e qual o corpo que dança, o trabalho
apresentou um panorama sobre formação de professores, em especial a
formação de professores em dança (STRAZZACAPPA, MORANDI, 2006;
WOSNIAK, 2010; VALLE, HAAS, 2011). Nesse panorama, o trabalho objetivou
investigar as concepções de corpo que dança e pode dançar presente nos
currículos e práticas educativas das licenciaturas em dança do Rio Grande do
Sul. Além disso, o trabalho traçou as concepções dos discentes ingressantes e
formandos das licenciaturas sul-rio-grandenses em dança quanto ao corpo
para a dança e deu a ver como e se a diversidade corporal perpassa a
formação universitária em dança. Esta pesquisa se identifica como qualitativa
no viés pós-estruturalista e teve como ações metodológicas: a aplicação de um
questionário on-line com os alunos formandos e ingressantes das licenciaturas
federais sul-rio-grandenses; e uma conversa com cada uma das
coordenadoras desses mesmos cursos de graduação. A partir dos dados
produzidos pelos questionários e conversas, foi traçada uma concepção de
corpo para a dança, alicerçada nas noções já anunciadas. As discussões
convergem para um corpo-trabalho: sem pré-requisitos físicos, mas que, no
entanto, se apresentem como corpos interessados, empenhados, dedicados e
dispostos a aprender, se envolver, se entregar a dança.