Doença renal crônica (DRC) consiste em lesão renal, perda progressiva da função dos rins e frequentemente está associada às chamadas doenças da civilização, em particular doenças cardiovasculares e diabetes. A partir do diagnóstico da DRC, iniciam-se mudanças na rotina dos indivíduos, geralmente associadas as alterações no humor, nível de atividade física, comportamento sedentário (CS), estados emocionais negativos tais como depressão e distúrbios do sono. A maioria dos pacientes com DRC (PDRC), são aproximadamente 60% mais inativos, quando comparados à população sem DRC. A diminuição da força muscular periférica e respiratória observadas em PDRC é de causa multifatorial e não está inteiramente esclarecida. A hemodiálise (HD) pode produzir reações inflamatórias que se agravam após o início do tratamento dialítico, trazendo várias complicações por exemplo, inflamação crônica de baixo grau. Apesar do consenso de que o exercício físico é importante e benéfico, podemos observar que a maioria das metodologias de treinamento durante a HD utiliza valências isoladas e/ou combinadas entre si. Entretanto, uma abordagem que utilize um programa de exercícios multicomponentes (PEM) ainda é pouco conhecida na DRC. Neste sentido, a primeira proposta deste trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos de um PEM, sobre a força muscular respiratória, capacidades funcionais, marcadores inflamatórios e qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) em PDRC. Trinta e oito PDRC foram randomizados para GC n = 19 e GT n = 19. O GT realizou 12 semanas do PEM, que consistia em treinamento aeróbio (TA), treinamento muscular inspiratório (TMI) e treinamento resistido (TR), intradialítico, em dias distintos, três vezes por semana. Os testes velocidade de caminhada (TC6), o tempo limite de aceleração (TUG), preensão palmar e força muscular respiratória PI máx e PE máx. foram incluídos. Para avaliar a qualidade de vida foi utilizado KDQOL SFTM 1.3. A aderência ao protocolo foi de 92%, e os PDRC apresentaram melhora significativa nos SL30, TUG, TC6, PPd, PPe, PI máx, PE máx, e na QVRS o aspecto função emocional. Concluímos que doze semanas do PEM resultou na melhora da capacidade funcional, força muscular respiratória e bem-estar emocional em PDRC. Como segunda proposta o objetivo foi avaliar os efeitos de um PEM, no nível de atividade física e nos parâmetros psicobiológicos, depressão, humor e qualidade do sono (QS) de PDRC. Para avaliar o nível de atividade física foi utilizado o acelerômetro. Questionários de depressão, QS e estado de humor foram aplicados. Os PDRC apresentaram melhora significativa nos escores de atividade física moderada/vigorosa (AFMV) e nos escores agudos do humor: depressão, fadiga e vigor. Concluiu-se que doze semanas do
PEM intradialítico parece contribuir para os níveis de AFMV e escores agudos de humor: depressão, fadiga e vigor em PDRC.