Este trabalho tem o intuito de apresentar a obra de Maria Firmina dos Reis, escritora do Romantismo brasileiro e, por meio dela, refletir sobre a sua recepção crítica ao longo dos séculos XIX, XX e XXI. Para tanto, presentamos, em um primeiro momento, o contexto de produção literária da maranhense e sua biografia. O romance Úrsula (1859), o conto indianista Gupeva (1861), os poemas Minha Terra, Dedicatória e Por ocasião da passagem de Humaitá, retirados da coletânea de poesias Cantos à beira-mar (1871), e o conto abolicionista A escrava (1887) foram analisados à luz da Teoria Literária, a partir das postulações teóricas de Antoine Compagnon (2009, 2010), Jean-Paul Satre (2004), Afrânio Coutinho (1986, 1987, 2014), Massaud Moises (2012, 2013) e Antonio Candido (1970, 1971, 1989, 2000, 2004). Depois de dissecarmos a obra de Maria Firmina dos Reis, analisamos as suas menções nos jornais brasileiros, selecionados a partir de uma curadoria na Heremoteca Digital, desde o século XIX, nos quais pudemos constatar diversos olhares e concepções críticas às obras da escritora. Ao considerar o disposto, compreendemos que o fato de ser elegido ao esquecimento não está ligado à competência da escritora, mas a fatores externos à sua produção, tais como a recepção crítica de sua escrita, avaliada por sua condição racial, de gênero e, até mesmo, espacial. Nesse sentido, esta pesquisa busca conduzir Maria Firmina dos Reis à uma reflexão crítica, ao compreender as trilhas literárias que assume ao decorrer dos séculos.