Introdução: A doença de Parkinson (DP) é uma enfermidade crônica e
neurodegenerativa. Seus principais sintomas são o tremor de repouso, a rigidez
muscular, a bradicinesia e alterações posturais. A depressão, alterações cognitivas,
alterações da qualidade da voz e distúrbios autonômicos compõem os sintomas não
motores. A acentuada diminuição de força muscular em pessoas com DP é uma das
principais características relacionadas às alterações motoras. O Exercício Físico
Aquático (EFA) com a inclusão do treinamento de resistência vem se destacando no
que diz respeito a reabilitação desses indivíduos. Diante disso, surge a necessidade
de compreender a efetividade de um programa de EFA que inclua o treinamento
resistido em pessoas com DP. Objetivo: Analisar os efeitos de um programa de
exercícios físicos aquáticos multicomponentes na função muscular e funcionalidade
de pessoas com DP. Métodos: Dezoito pessoas com diagnóstico de DP
compuseram o Grupo Intervenção (GI) e foram avaliadas antes e após um programa
de intervenção de 12 semanas de exercícios físicos aquáticos multicomponentes. As
variáveis terrestres analisadas foram Pico de Torque (PT), Potência Média (PM) e
Relação Agonista/Antagonista de flexores e extensores de joelho, por meio do
dinamômetro isocinético; Atividades de Vida Diária, Aspectos Motores com a Escala
unificada de avaliação da doença de Parkinson e Qualidade de Vida com o
Questionário sobre a doença de Parkinson; Mobilidade Funcional com o Teste de
sentar e levantar de uma cadeira 5 vezes e o Teste de levantar e caminhar
cronometrado; Equilíbrio corporal estático e dinâmico, com a Escala de Equilíbrio de
Berg (EEB) e Marcha com o Índice da marcha dinâmica (DGI). No âmbito aquático
foram analisados os níveis de habilidades motoras aquáticas por meio da Escala de
Avaliação Funcional Aquática (AFAS). A análise estatística foi realizada pelo
programa estatístico SPSS 20.0 adotando-se o valor de p < 0,05 para diferenças
significativas. A normalidade foi avaliada por meio do teste de Shapiro-Wilk e a
comparação entre a avaliação inicial e final foi pelo teste t pareado ou teste de
Wilcoxon. As estatísticas descritivas para os resultados paramétricos e não
paramétricos foram expressas como a média, desvio padrão, mediana, mínimo e
máximo. Resultados: O GI obteve melhora significativa após as intervenções na PM
de flexores de joelho a 90°/s no lado mais afetado (p<0,001, ∆=5,13), PM de
extensores de joelho a 90°/s bilateralmente (lado mais afetado p=0,01, ∆=1,4; lado
menos afetado p=0,04, ∆=8,78), na PM de extensores de joelho a 120°/s no lado
mais afetado (p<0,001, ∆=8,35), Aspectos Motores (p=0,03, ∆=-5,71), Mobilidade
funcional com dupla tarefa cognitiva (p=0,05, ∆=-2,18) e Equilíbrio (p<0,001,
∆=3,83). Na variável aquática o GI não apresentou melhora significativa no resultado
global (p=0,19, ∆=1,89), apenas no que se refere a fase de Exercícios Terapêuticos
Especializados (p=0,01, ∆=1,28), que engloba atividades funcionais como marcha,
equilíbrio, coordenação e mobilidade. Conclusões: O programa de exercícios físicos
aquáticos multicomponentes foi capaz de promover alterações positivas na função
muscular e aspectos funcionais, bem como na fase de exercícios terapêuticos
especializados de indivíduos com DP.