Trata-se de pesquisa analítico-prática que tem por objeto a Técnica Klauss Vianna de dança.
Investigada sob o prisma do conceito de profanação cunhado por Giorgio Agamben em
Elogio da Profanação (2007), a Técnica Klauss Vianna é compreendida neste âmbito de
pesquisa como um trabalho educativo somático profanador por fomentar processos formativos
emancipatórios, criativos e críticos. Pode produzir experiências de liberação das finalidades
usuais e normalizações nos corpos, os quais possibilitam uma abertura a elaborações de
subjetividades corporais profanadoras, capazes de agir politicamente. A profanação destes
dispositivos de poder aparece como estratégia política, educativa e artística. Estudando a
Técnica Klauss Vianna, pretendemos averiguar os princípios e tópicos deste trabalho
educativo somático de modo que possamos apontar possíveis contra-dispositivos dotados de
potencial profanador. Esta análise se dará em relação com quatro operadores biopolíticos
escolhidos da obra de Giorgio Agamben, são eles: performativo, inoperosidade, uso de si, e
jogo. O presente trabalho afirma, portanto, que a Técnica Klauss Vianna funda, a partir de
seus princípios e tópicos corporais, uma micropolítica do corpo profano.