ARAÚJO FILHO, Helio José de. Avaliação produtiva e econômica da suplementação a
pasto e do confinamento de bovinos de corte com dieta de grão inteiro de milho, RJ.
2017. 50p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Instituto de Zootecnia, Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2017.
O crescimento da população mundial tem elevado a demanda por alimento, isso implica em
redução das áreas disponíveis para produção animal, o que torna imperativo o
desenvolvimento, avaliação e aplicação de técnicas que propiciem o aumento da
produtividade da pecuária brasileira. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar e
comparar o desempenho produtivo e econômico da terminação de bovinos sob três sistemas
de manejo e alimentação, a saber: a pasto com suplementação mineral (PSM); a pasto com
suplementação protéico-energética (SPE); e confinamento com fornecimento de dieta alto
grão (AG). Para tanto, foram utilizados 60 bovinos machos castrados, ½ sangue Nelore x
Angus, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, em três sistemas e vinte
animais em cada. O estudo foi conduzido na Fazenda Três Morros, no município de Casimiro
de Abreu/RJ. As médias das variáveis estudadas foram estimadas pelo LSMEANS e
comparadas pela PDIFF, a 5% de probabilidade (p<0,05), do SAS®. O confinamento (AG)
apresentou menor tempo de terminação (76 dias) e maiores ganho de peso (102,2 kg), ganho
médio diário total (1,35 kg.animal-1.dia-1) e ganho médio diário de carcaça (1,02 kg.animal-
1.dia-1), seguido por SPE e PSM, respectivamente, em relação ao tempo de terminação e ao
ganho médio diário de carcaça. No que se refere ao ganho de peso e ao ganho médio diário
total, não houve diferença significativa (p<0,05) entre SPE e PSM. Por sua vez, os pesos
médios de carcaça (PMC), os rendimentos de carcaça (RC) e os ganhos de carcaça (GC) de
AG (PMC de 298,3 kg ou 19,9 @, RC de 55,1% e GC de 78,3 kg) e SPE (PMC de 288,2 kg
ou 19,2 @, RC de 56,1% e GC de 68,1 kg) foram semelhantes entre si e superiores (p<0,05) a
PSM. Já o sistema PSM obteve os menores custos de produção (custo operacional efetivo de
R$ 2.277, custo operacional total de R$ 2.323 e custo total de R$ 2.466), enquanto o maior
custo operacional efetivo foi de AG (R$ 2.598) e os maiores custo operacional total (COT) e
custo total (CT), de SPE (COT de R$ 2.632 e CT R$ 2.668). As maiores margem bruta (R$
341,1) e líquida (R$ 295,9), resultado líquido (R$ 153,0), lucratividade (5,84%) e
rentabilidade simples (4,54%) foram obtidas por PSM, seguidas por SPE e AG, nesta ordem.
Porém, quando os fluxos de caixa foram corrigidos pelo índice geral de preços –
disponibilidade interna (IGP-DI), as margens bruta (R$ 199,6) e líquida (R$ 152,2) de PSM
permaneceram as mais elevadas e acompanhadas por SPE e AG (respectivamente), contudo,
os demais indicadores econômicos foram os menores entre os sistemas. Desta forma, os
maiores resultado (R$ 70,7), lucratividade (2,43%) e rentabilidade simples (1,81%) foram
observados em SPE. Portanto, o confinamento proporcionou o menor ciclo de produção e
maior produtividade animal, o sistema a pasto com suplementação mineral possibilitou a
redução dos custos de produção, enquanto a suplementação com concentrado apresentou
melhor resultado econômico, durante a estação seca do ano de 2015. De acordo com as
informações obtidas, tanto o confinamento quanto a suplementação com dieta à base de milho
inteiro possuem potencial para serem alternativas estratégicas à terminação de bovinos
exclusivamente a pasto, desde que presentes condições satisfatórias do mercado.