Introdução: Diversos estudos têm avaliado o efeito das cargas de treino sobre
parâmetros psicofisológico, dentre estes o sono, uma vez que, a duração de
sono insuficiente pode acarretar em um prejuízo no desempenho de atletas.
Objetivo: Investigar o efeito da carga de treino no tempo de sono durante uma
semana de treinamento na pré-temporada e sua influência no cortisol salivar,
salto vertical e recuperação em jovens do atletismo. Métodos: 20 atletas (16
homens e 4 mulheres, idade:18,2±2,1 anos, estatura:173,61±21 cm e
peso:63,36±9,96 kg) de provas de saltos, combinadas e fundo foram avaliados
na primeira semana da pré-temporada. A carga externa de treinamento (CET) foi
mensurada pelo método da playerLoad, enquanto a carga interna de
treinamento (CIT) foi mensurada pelo método da Percepção Subjetiva de
Esforço da sessão (PSE da sessão). As variáveis do sono foram quantificadas
por actigrafia e diário de sono. Foi realizada a análise de modelo linear misto
para calcular o efeito do tempo sobre os parâmetros de sono, cortisol, salto
vertical e recuperação. Resultados: Houve efeito do tempo (dias de treino) na
CET (t(73,57)= -2,36 p=0,02) com estimativa de -0,11 (PL/min), na CIT (t(68,36)=2,27
p=0,03) com estimativa de 54,12 UA, no tempo de sono noturno (t(80)=-2,81
p=0,01) com estimativa de -18,05 min, no cortisol salivar (t(80)=-2,11 p=0,03) com
estimativa de -0,24mmol e na recuperação com (t(80)=2,30 p=0,02) com
estimativa de 0,36 UA. Não houve efeito da carga externa (p=0,39) interna
(p=0,72) sobre o tempo de sono noturno. Não houve efeito do tempo de sono
noturno sobre o cortisol salivar (p=0,52) e recuperação (p=0,36). Os atletas que
cochilaram apresentaram um melhor estado de recuperação 5,9(±2,1) em
comparação para os que não cochilaram 3,8(±2,0) (t(78)=4,42 p=0,00).
Conclusão: As cargas de treino não afetaram o tempo de sono em jovens
atletas, entretanto, o cochilo demonstrou aumentar a percepção de recuperação
entre sessões de treinamento realizadas dentro de uma unidade de treino.