A esterilização de animais domésticos é de suma importância sob a esfera da saúde única, e há a necessidade da busca por novas técnicas de esterilização para animais de companhia que sejam mais acessíveis à população, além de seguras e eficazes. Desta forma, o presente trabalho objetivou avaliar os efeitos da injeção intratesticular de cloreto de sódio 20% em gatos com objetivo de causar degeneração testicular e esterilização. Foram incluídos no estudo 16 gatos clinicamente hígidos, com ambos os testículos na cavidade escrotal de forma simétrica, com idades entre três e 13 meses, separados em grupo controle, contendo nove animais, e grupo teste, composto por sete gatos. Em jejum, os animais foram avaliados clinicamente em relação aos órgãos reprodutivos anteriormente à indução anestésica e oito, 24 horas e 60 dias após as injeções intratesticular. Após, os gatos foram submetidos à anestesia geral para os demais procedimentos. Com o plano anestésico alcançado, os animais foram posicionados em decúbito lateral, sendo realizada a biometria testicular com auxílio de paquímetro digital. A biometria foi realizada imediatamente anterior à aplicação das soluções intratesticulares (M1), oito horas após (M2), 24 horas após (M3) e 60 dias após (M4). Após, foi realizada antissepsia da escrotal com álcool 70%. No grupo controle, foi injetado cloreto de sódio 0,9% em cada testículo, na dose de um mL para cada 27 milímetros de largura testicular e, no grupo teste, cloreto de sódio 20% no mesmo protocolo. Os animais foram mantidos em observação hospitalar por 24 horas, e a avaliação do escore de dor aguda foi realizada em M2 e M3. Após 60 dias, foi realizada a orquiectomia. Os testículos removidos cirurgicamente foram identificados, pesados, e o sêmen da cauda do epidídimo foi coletado para avaliação da presença ou ausência e motilidade ou imobilidade de espermatozoides. As peças foram então imersas em formol 10%, e encaminhadas para análises histológicas. As análises dos dados obtidos permitiram verificar que, embora tenha sido verificado clinicamente um aumento do volume testicular em todos os gatos, estatisticamente não houve diferenças significativas (p<0,05) em cada momento do experimento e ao longo do tempo, independente do tratamento. Escores de dor de leve a moderado foram verificados entre 14 (87,55%) gatos, porém, quando as categorias foram avaliadas de dois a dois, não houve diferenças estatísticas entre os grupos nos diferentes momentos de avaliação. Aos 60 dias, apenas um gato, pertencente ao grupo controle, e de três meses de idade à aplicação da injeção intratesticular, não apresentava espermatozoides na cauda do epidídimo, o que pode estar correlacionado com sua idade. Microscopicamente, não foram detectadas alterações degenerativas, inflamatórias, necrose, fibrose ou desarranjo da arquitetura testicular entre os gatos de ambos os grupos. Desta forma, concluiu-se que o cloreto de sódio 20%, quando aplicado em gatos com idade igual ou superior a cinco meses de idade, não causou esterilidade nos animais no presente estudo.