A utilização dos sensores está cada vez mais sendo utilizado para detecção precoce de patologias relacionadas à pecuária de leite. Sua utilização como meio para detectar previamente a mastite e as informações por eles geradas sobre a saúde do úbere durante um período crítico ou doente, tornam-se cruciais para melhorar o bem-estar dos animais e atenuar os efeitos adversos em seu desempenho. Com isso, antever problemas futuros e instituir ações rápidas melhoram a qualidade e a expectativa de vida produtiva das vacas. O Objetivo deste trabalho foi avaliar o uso de dados de perfil de ruminação obtidos por Sensores de coleira C-TECH (chip-inside), a fim de observar alterações prévias ou em associação à quadros de mastite clínica (MS) e subclínica (MC) que possam auxiliar no diagnóstico precoce da enfermidade. Foram extraídas informações do banco de dados de uma propriedade leiteira localizada no município de Rio Grande, RS, relativas a um período de 5 meses, sobre a taxa de ruminação (TR) média, valores máximos, mínimos e variabilidade da ruminação, tempo de sinalização do alerta pelo sensor e a sensibilidade do sistema de monitoramento, além da verificação do agente etiológico envolvido, nos casos de MC. Assim, foram incluídas no estudo 39 vacas mantidas em sistema de confinamento Compost Barn, com dieta ofertada duas vezes ao dia, livre acesso à água e média de produção do lote 38,4 litros de leite/dia. Os resultados de todas as médias da TR foram analisados no Programa SAS (2009), utilizando a análise de Mixed Model para o número de casos da doença e período (saudável e doente), considerando significativos valores de p<0,05 por meio do teste Tukey. Houve diminuição da TR média para o grupo MC no período doentio, com redução da TR em 14,85%. Os valores máximos de ruminação foram menores no período doente de cada grupo, além disso, as variações entre as máximas e mínimas ruminações foram menores nos animais com MS. A sensibilidade do sistema de monitoramento foi de 73,8%, e 73,3% para casos de MS e MC. Em média, os animais do grupo MS permaneceram doentes por 7,5 dias, em comparação a 6,5 no grupo MC, além de que em média os sensores indicaram alteração no padrão de ruminação para o grupo MS de 1,5 dias e o grupo MC, 2 dias. Os animais apresentaram mastite pelo agente etiológico do gênero Streptococcus, das espécies uberis e agalactiae. Nossos achados sugerem que a diminuição da TR média dos animais foi capaz de gerar alertas associados aos quadros de mastite, com potencial de utilização para o diagnóstico de mastite em vacas leiteiras.