Os avanços na produção de frangos de corte resultam na necessidade de formulações de rações balanceadas que atendam as exigências nutricionais e garantam ao mesmo tempo custo acessível, visto que as rações representam cerca de 70% do custo de produção. Dessa forma, no Brasil, existe um interesse contínuo na busca de aditivos e alimentos que possam reduzir o custo das rações, sem o comprometimento do desempenho zootécnico. Nesse contexto, a utilização de enzimas exógenas vem sendo uma alternativa eficiente, principalmente as carboidrases em dietas com ingredientes vegetais que apresentam em sua composição polissacarídeos não amiláceos. No entanto, em dietas contendo farinhas de origem animal, incluídas com o objetivo de reduzir o custo das rações, especula-se se seu benefício pode ser diminuído. Com isso, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a eficácia da suplementação de um complexo multicarboidrase com fitase em dietas de frangos de corte contendo ingredientes de origem animal sobre o desempenho zootécnico, qualidade da cama, morfometria do jejuno e custo da ração para produzir um quilograma de frango. Foram avaliados três tratamentos: T1 - dieta controle positiva: ração referência; T2 – dieta controle negativa mais o complexo multicarboidrase com fitase (CMCF); T3 – dieta controle negativa (ração referência menos a matriz nutricional do CMCF – 50 kcal EM/kg, 0,017% de lisina digestível (redução dos demais aminoácidos proporcionais à sua relação com a lisina), 0,076% de cálcio e 0,09% de fósforo disponível), com cinco repetições por tratamento, totalizando 15 unidades experimentais de 15 aves cada. O CMCF utilizado foi à base de xilanase, glucanase, outras carboidrases, além de 500 FTU (unidade de atividade de fitase)/kg de ração, sendo adicionada na dosagem de 50g/tonelada de ração. O desempenho foi avaliado por meio da determinação do consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar para os períodos de um a sete dias, um a 14, um a 21, um a 35 e um a 47 dias de idade. Ao final do período experimental (47 dias de idade) foi colhida uma amostra de cama de cada unidade experimental para análise do percentual de matéria seca, cinzas, pH e fósforo. Aos sete dias e ao final do período experimental uma ave por unidade experimental foi submetida ao procedimento de eutanásia para avaliação da morfometria do jejuno (altura de vilo, profundidade de cripta e relação vilo/cripta). Verificou-se que os animais do grupo controle positivo (ração referência) presentaram melhor conversão alimentar (P<0,01) em relação aos
grupos T2 e T3 no período de um a 21 dias de idade. O peso médio dos animais do tratamento T3 foi mais baixo (P<0,05) em relação aos demais tratamentos somente aos 28 dias de idade. Os animais do tratamento T3 apresentaram maior altura de vilo aos sete dias de idade, quando comparado com os demais tratamentos. A qualidade da cama e o custo para produzir um quilo de frango não foram influenciados pela suplementação do CMCF. Nas condições em que o trabalho foi desenvolvido, conclui-se que a suplementação do CMCF em dietas de frangos de corte com ingredientes de origem animal, não melhora o desempenho e o custo da ração nem modifica a morfometria do jejuno e a qualidade da cama.