A fumonisina é uma micotoxina produzida pelos fungos do gênero Fusarium, com destaque para o F. verticillioides isolado comumente no milho, um dos principais ingredientes da dieta animal. Na literatura, estudos com altas doses de fumonisina na dieta mostraram efeitos negativos à saúde e ao desempenho zootécnico das aves, porém são raros os estudos que avaliaram os efeitos dessa micotoxina presente na dieta de frangos de corte em fase inicial de desenvolvimento. Portanto, esse estudo teve como objetivo avaliar se baixas doses de fumonisina na dieta de frangos de corte, em fase inicial, interferem sobre os parâmetros de estresse oxidativo hepático, assim como verificar se o uso de um aditivo natural com propriedade antioxidante seria capaz de minimizar ou evitar essa ocorrência em aves que consumiram ração contaminada com fumonisina. Então, foram realizados dois experimentos. No experimento 1 a finalidade foi avaliar os efeitos hepáticos do consumo de fumonisina na dieta de frangos de corte, machos Cobb 500, em fase inicial. Para isso, oitenta aves de um dia de idade foram divididas em quatro tratamentos, controle (T0); T1, T2, e T3 que receberam alimentação contaminada experimentalmente com fumonisina nas concentrações de 0 ppm, 2,5 ppm, 5 ppm e 10 ppm, respectivamente, a partir do 12° dia de vida. Foram realizadas análises histopatológicas (do pulmão, intestino, fígado e baço), bioquímicas e dos marcadores de estresse oxidativo. Além disso, os animais foram pesados individualmente no início do experimento (dia 12) e nos dias 17 e 21 de idade. Os resultados permitiram concluir que a fumonisina na dieta dos pintinhos causou estresse oxidativo hepático e prejudicou a saúde intestinal, afetando negativamente o ganho de peso. No experimento 2 a finalidade foi verificar se a suplementação da dieta dos pintinhos com farinha de açaí (aditivo natural com propriedade antioxidante) seria capaz de minimizar o estresse oxidativo e garantir bom desempenho as aves. A fim de alcançar esse objetivo, 80 aves de 1 dia de idade foram divididas em quatro tratamentos: controle (TC) - que receberam dieta basal; TCA - dieta basal suplementada com 2% de farinha de açaí; TF - dieta experimentalmente contaminado com fumonisina (10 ppm) e TFA - aves alimentadas com ração experimentalmente contaminada com fumonisina (10 ppm) e suplementada com açaí (2%). O período experimental correspondeu aos primeiros 20 dias de vida dos pintinhos (fase inicial do ciclo de produção). As aves foram pesadas, amostras de sangue e fígado foram coletadas para avaliação de parâmetros indicadores de estresse oxidativo. Os resultados demonstraram que a farinha de açaí não evitou o estresse oxidativo, mas minimizou os efeitos negativos causados pelo consumo dessa micotoxina; consequentemente observou-se melhora no desempenho destes animais na fase inicial de produção. Por fim, concluímos que a fumonisina demonstrou afetar negativamente a função hepática em pintos em estágio inicial e promoveu o estresse oxidativo hepático, mais evidente após 10 dias de consumo de ração contaminada. Essas mudanças refletem condições fisiológicas e funcionais e baixo desempenho produtivo. No entanto, ração contendo 2% de resíduo de farinha de açaí demonstrou efeitos positivos na ação antioxidante, minimizando em parte os efeitos negativos causados pela FB1. Este fato favoreceu o desempenho dos animais testados. Estes resultados reforçam o potente efeito antioxidante do açaí.