Resumo: O presente estudo foi composto por 3 experimentos. O experimento 1 foi realizado com 81 novilhas da raça Gir (Bos indicus) e os objetivo foram mensurar a eficiência do colar monitor de atividade (CMA) em detectar estro e avaliar se há correlação entre a intensidade e a atividade de estro com o diâmetro máximo do folículo ovulatório em animais Bos indicus (Gir). Para avaliar a eficiência do CMA a ovulação foi usada como referência. O experimento 2 foi realizado com 91 vacas Holandesas lactantes (Bos taurus) e os objetivos foram mensurar a eficiência do CMA para detecção de estro além de avaliar a influência da temperatura vaginal nos parâmetros reprodutivos associados ao estro. No experimento 3, 404 estros de vacas Girolando (Bos indicus x Bos taurus) lactantes sincronizadas para transferência de embrião em tempo fixo (TETF) foram avaliados pelo CMA e pelo pedômetro quanto a intensidade, atividade e duração. A relação das características de estro foi associada à probabilidade de prenhez após à TETF. No experimento 1, a sensibilidade foi de 95,2%, a especificidade de 5,3%, o valor preditivo positivo de 76,6%, o valor preditivo negativo de 25% e a acurácia de 74,1% para o CMA. Não foram encontradas correlações significativas entre a máxima atividade de estro (MAE) e o diâmetro do maior folículo 24 horas após a retirada do dispositivo de P4 (R2 = 0,16; ρ2 = 0,17) ou o diâmetro máximo do folículo ovulatório (R2 = 0,12; ρ2 = 0,31). Porém, correlações positivas, ainda que fracas, entre a máxima intensidade de estro (MIE) e o diâmetro do folículo no D9 (R2 = 0,27; ρ2 = 0,02) e o diâmetro máximo do folículo ovulatório (R2 = 0,23; ρ2 = 0,04) foram verificadas. No experimento 2, a sensibilidade foi de 68,9%, a especificidade de 82,4%, o valor preditivo positivo de 94,4%, valor preditivo negativo de 37,8% e a acurácia de 71,4% para o CMA. Além disso, foi verificado que, conforme aumenta a temperatura vaginal, há redução na taxa de ovulação (P = 0,03), aumento na taxa de dupla ovulação (P = 0,02) e redução da duração de estro (P = 0,04). A identificação de estro pelo CMA não foi influenciada pela temperatura vaginal (P = 0,76). Entretanto, foi observada redução na detecção do estro pelo AIM (P=0,02) e pela observação visual (P=0,06) conforme o aumento da temperatura vaginal. No experimento 3, os animais que se tornaram prenhes após a TETF apresentaram maior atividade de estro pelo CMA do que os animais que não emprenharam (82,43 ± 31,2 vs. 74,15 ± 33,4, respectivamente; P = 0,02). Ao dividir os animais em grupos de alta e baixa atividade e intensidade de estro detectada pelo CMA, verificou-se maior P/TE (P <0,01) nos animais com alta atividade de estro (AMAEc; 39,0%) comparados aos animais com baixa intensidade de estro (BMAEc; 22,8%). Já para a atividade de estro mensurada pelo pedômetro, houve tendência (P = 0,06) de aumento na P/TE para animais de alta (AMAEp; 39,0%) quando comparados com animais de baixa atividade de estro (BMAEp; 30,8%). A intensidade de estro tanto do colar como do pedômetro não foi associada a P/TE. Baseado nos resultados dos experimentos, pode-se concluir que o CMA é eficiente para detectar estro em Gir (Bos indicus), Girolando (Bos indicus vs. Bos taurus) e em Holandês (Bos taurus) criadas em condições tropicais.