A Bacia do Parnaíba está localizada na região Nordeste do Brasil e ocupa uma área de 665.888 km². A atividade magmática presente na bacia ocorre nas porções oeste e leste. A Formação Mosquito, com idade Triássico-Jurássica (200 Ma), ocorre nas partes leste e oeste da bacia e está associada com a quebra de Pangeia e à CAMP (Província Magmática do Atlântico Central). A Formação Sardinha surge apenas no leste, com idade em torno de 120 Ma (Cretáceo), estando relacionada à ruptura do Gondwana. Este trabalho apresenta a petrogênese das rochas magmáticas da porção oeste da Bacia do Parnaíba. Os afloramentos têm uma espessura de até 20 metros, com presença de amígdalas centimétricas estratificadas de diferentes formas. Localmente, há evidência de peperito. A mineralogia das rochas basálticas é essencialmente formada por plagioclásio, piroxênio, ilmenita e Ti-magnetita, comprovada por química mineral. Com base na litogeoquímica, as rochas são classificadas como andesito basáltico, com caráter toleítico, de baixo-Ti (TiO2 ≤ 2% em peso, intervalo de MgO 4,2-7,4% em peso e intervalo de SiO2 46,7-55,9% em peso). A combinação de litogeoquímica e assinatura dos isótopos de Sr-Nd-Pb, associada com conteúdo constante de MgO exclui a cristalização fracionada com ou sem assimilação concomitante, sugerindo o reabastecimento da câmara magmática como processo evolutivo. Dados isotópicos (87Sr/86Sr(199) 0,706182 - 0,709506, 143Nd/144Nd(199) 0,512186 - 0,512312, 206Pb/204Pb(199) 18,02 - 18,60, 207Pb/204Pb(199) 15,64 - 15,88 e 208Pb/204Pb(199) 38,07 - 38,65) e modelagem de fusão parcial mostraram que a mistura de componentes mantélicos EMII e HIMU dentro do campo de estabilidade de granada contribuíram nas fontes dos magmas estudados. No que tange ao contexto geodinâmico necessário para a geração desses componentes mantélicos, estão relacionados processos de subducção no Paleoproterozoico envolvendo o metassomatismo do manto litosférico subcontinental e a subducção de litosfera oceânica. Por sua vez, durante a transição Triássico-Jurássico, os processos de rifteamento do Supercontinente Pangeia geraram os magmas estudados.