A Depressão e Ansiedade são distúrbios emocionais muito frequentes atualmente, sendo o estresse cada vez mais apontado na literatura como fator de risco para esses estados. Acometem indivíduos de todas as classes sociais com grande prejuízo na esfera social. Cerca de um quarto dos pacientes em consultórios de não-psiquiatras apresenta sintomas clínicos de depressão, sendo que de 70% a 80% dos antidepressivos são prescritos por médicos de outra especialidade. Embora a relação entre depressão, ansiedade e estresse seja complexa, estudos evidenciam que são fenômenos interligados: transitam entre afeto negativo, desconforto emocional e alterações fisiológicas no eixo HPA. O objetivo deste estudo foi adaptar e validar o instrumento DASS ESCALA DE DEPRESSÃO, ANSIEDADE E ESTRESSE, Versão Reduzida, para o Português do Brasil. A DASS-21 é uma escala de autorrelato, com três subescalas (depressão, ansiedade e estresse), tipo Likert. Para tanto, uma amostra de 242 pacientes ambulatoriais, entre 18 e 75 anos , foi submetida aos Inventários de Beck de Depressão e Ansiedade, ao Teste Lipp de Estresse e à DASS, base deste estudo. A análise fatorial exploratória dos itens da escala e sua distribuição entre as subescalas indicou que a estrutura de três fatores distintos é bastante adequada, aproximando-se mais do modelo proposto originalmente e legitimando a natureza da escala, que é a de avaliar três diferentes estados emocionais. O teste KMO (0,949) indicou a alta adequação do modelo. O Índice de Consistência Interna - Alfa de Cronbach - obtido para a subescala de Depressão foi de 0,92; para a de Estresse foi de 0,90 e de 0,86 para Ansiedade. A correlação da DASS21 com as demais escalas também foi alta: DassDepressão/BDI 0,86; DassAnsiedade/BAI 0,80 e DassEstresse/Lipp 0,74. Assim, os valores de Alfa de Crombach garantem a confiabilidade da DASS, bem como suas correlações com as outras escalas estudadas atestam também em favor da sua validade. Pode-se afirmar que a DASS-21 é um instrumento diferenciado na identificação de sintomas de depressão, ansiedade e estresse, que pode ser usado em estudos clínicos, além de auxiliar na precisão de diagnósticos, bem como na indicação de tratamento adequado conforme as especificidades de cada paciente. Pode ser utilizado por diferentes profissionais da área da saúde (médicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas), dispensando o uso recorrente de vários e diferentes instrumentos para avaliar os referidos estados, reduzindo tempo e investimento emocional dos indivíduos avaliados, assim como facilitando a busca mais precoce por tratamento.