A própolis e a geoprópolis são produtos resinosos elaborados a partir de exsudatos, óleos e resinas colhidas de plantas pelas abelhas. Esses produtos são conhecidos por apresentarem efeitos biológicos e são utilizados por populares devido às propriedades medicinais, inclusive no tratamento de feridas. Objetivou-se avaliar o efeito do extrato hidroalcoólico de própolis verde (EHPv), geoprópolis de abelha canudo, Scaptotrigona sp., (EHG-Can) e geoprópolis de abelha jandaíra, Melipona subnitida, (EHG-Jan) sobre a inflamação aguda, inflamação crônica por corpo estranho, cicatrização e transplante cutâneo alogênico e autólogo em ratos wistar. Para tanto, foram utilizados 36 ratos adultos saudáveis, de ambos os sexos, distribuídos em cinco grupos: animais tratados com formulação contendo 20% de EHPv; tratados com 20% de EHG-Can; tratados com 20% de EHG-Jan; grupo controle positivo (GC+) com fármaco registrado, e; apenas veículo como controle negativo (GC-). Anteriormente as análises in vivo, foi feita uma análise físico-química das para caracterização preliminar dos extratos. A inflamação aguda foi induzida por carragenina a 1% (n = 36), a inflamação crônica foi realizada por corpo estranho (lâmina de vidro) (n = 16) e a cicatrização foi acompanhada a partir de ferida circular de 8 mm de diâmetro (n = 16). Os
transplantes (n = 20) foram feitos com a incisão e realocação de dois enxertos cutâneos quadrados (1cm2), um para autoenxerto e outro para aloenxerto, respectivamente. Sobre o teor de flavonoides, amostra do grupo EHG-Jan apresentou a maior quantidade (p<0,05), EHPv quantidade intermediária e a do grupo EHG-Can apresentou a menor. Verificou-se um efeito positivo antiedematoso pronunciado do EHPv, moderado efeito nos grupos EHG-Can e EHG-Jan. Na inflamação crônica, o grupo EHG-Jan destacou-se por acelerar a formação do granuloma. Houve aceleração da cicatrização com reepitelização completa por efeito dos extratos EHPv e EHG-Can em 16 dias. Os extratos aumentaram a proteção das áreas lesionadas e induziram retardo na rejeição (necrose) dos enxertos autólogos. De modo similar, porém menos acentuado ocorreu com os transplantes alogênicos. Provavelmente as diversas classes químicas, com substâncias biologicamente ativas específicas, presentes na geoprópolis foram responsáveis pelo satisfatório desempenho nas análises. Além disso, é provável que o efeito protetor contra infecções oportunistas tenha colaborado com os bons resultados. Os extratos hidroalcoólicos de própolis e geoprópolis apresentaram efeitos positivos sobre os processos inflamatórios e reparo de ferida, assim como promoveram proteção do enxerto e retardo na rejeição.