O Herpesvírus humano tipo 3 (HHV-3) ou Varicella-Zoster Vírus (VZV) tem sido relacionado ao desenvolvimento de miocardites assim como, a Doença Arterial Coronária (DAC) e outras comorbidades. A miocardite é uma condição cujas características diversas, determinam procedimentos invasivos e a manifestação clínica dessa doença pode variar desde um estado assintomático secundário à infecção focal, até uma insuficiência cardíaca grave. Em alguns casos, a apresentação clínica pode simular o infarto do miocárdio eletrocardiográfica e laboratorialmente, bem como desencadear complicações como arritmias e cardiomiopatia dilatada. As causas são classificadas como não infecciosas e infecciosas, cuja forma mais prevalente dentre as infecciosas é a miocardite secundária por infecção viral. O objetivo do presente trabalho foi realizar a avaliação sorológica do VZV e sua relação entre adultos com ou sem doença arterial coronária (DAC), e em portadores de hipertensão arterial sistêmica (HAS). Além disso, associar os valores de IgG positivas para VZV e os níveis de Proteína C Reativa Ultrassensível (PCR-us) nos três grupos de pacientes. Neste estudo foram utilizadas 174 amostras de soro, oriundas de pacientes, com idade média de 68 anos, 56% do sexo feminino e 44% do sexo masculino, atendidos pelo Serviço Médico do Coração, localizado em Joinville - SC. Do total das amostras, 100 provenientes de indivíduos pertencentes ao grupo de cardiomiopatia com DAC, 40 no grupo sem DAC, e 34 no grupo HAS primária, foram testadas por ELISA indireto para a detecção e quantificação de IgG específica contra o HHV-3. Os resultados indicam que a dislipidemia é a comorbidade mais comumente identificada nos três grupos estudados. As demais comorbidades estão distribuídas de forma equitativa entre os grupos de cardiomiopatias. No grupo DAC, em pacientes com valor para PCR us maior de 3,0mg\L, foi observado 95% de correlação entre as Unidades IgG e o LDL colesterol; 63% de correlação entre glicemia e PCR us, e 74% de correlação entre unidades IgG e PCR us nos pacientes diabéticos. Marcadores, tal como a Proteína C Reativa ultrasensível (PCR us), utilizada na detecção clínica da inflamação, tem valor preditivo, tanto para desfechos coronários como para aterosclerose assintomática na presença de outros fatores de risco. A apresentação quantitativa da atividade de IgG em mIU / ml referenciada pelo padrão obrigatório exigido pela OMS, determinando estado imunológico, associada a PCR us, pode ser valorizada na associação com o herpesvírus humano 3 (HHV-3).