Neoplasias acometem humanos e animais desde os tempos da Pré-História e, na
atualidade, estão entre as enfermidades de maior impacto na saúde dessas espécies. Há
séculos, estudiosos procuram desvendar o processo de oncogênese, buscando
determinar fatores desencadeantes associados à doença, a fim de preveni-la e melhor
combatê-la. Na espécie canina, dentre as neoplasias de maior ocorrência figuram
aquelas de origem epitelial, as quais representam 50% dos tumores diagnosticados na
espécie. Destes, a grande maioria apresenta comportamento maligno, comprometendo a
qualidade de vida dos animais acometidos e, frequentemente, cursando com o óbito.
Diante disso, este estudo retrospectivo teve por objetivo analisar o arquivo de dados do
Setor de Patologia Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade
Federal de Goiás (SPA-EVZ-UFG), no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2018,
selecionando os diagnósticos de neoplasias epiteliais em cães. Dessa forma, foram
catalogados 973 casos, compreendendo 66 diagnósticos distintos, dos quais tumores
malignos (73,8%) prevaleceram. Tumores nas glândulas mamárias obtiveram maior
frequência (72,7%), seguidos dos cutâneos (20,5%) e demais regiões (6,8%). Cadelas
representaram 85,9%dos animais, enquanto os machos 14,1%. Houve predominância de
animais idosos (68,6%) e cães sem raça definida (SRD) (30,2%). Contudo, entre cães de
raça definida, destacaram-se aqueles das raças Poodle (15,4%) e Dachshund (10,1%).
Dentre os tumores mamários, carcinoma em tumor misto (14,9%), carcinoma complexo
(12,6%), carcinossarcoma (11,9%), tumor misto benigno (9,8%) e carcinoma sólido
(8,9%) foram os de maior representatividade. O carcinoma de células escamosas (CCE)
(34,7%) e o adenoma de glândula sebácea (11,6%) se destacaram entre os tumores
cutâneos, e o ameloblastoma (38,8%), por sua vez, apresentou maior frequência entre as
demais neoplasias epiteliais. Em conclusão, neoplasias de glândula mamária e pele
obtiveram maior representatividade entre os tumores epiteliais, com maior incidência
daqueles de comportamento maligno, sendo os cães sem raça definida os mais
acometidos.