O presente estudo, o qual se trata de uma pesquisa descritiva com orientação quantitativa, teve como objetivo geral a caracterização da população de adolescentes em idade escolar do municÃpio de Guapiaçu (SP) e como objetivos especÃficos: identificar a presença de preconceito no ambiente escolar, identificar os tipos de preconceitos existentes entre os adolescentes, identificar os comportamentos e atitudes preconceituosas e discriminatórias entre os adolescentes e conhecer as diferenças de preconceitos manifestados entre meninos e meninas. O campo de estudo foi o municÃpio de Guapiaçu, interior do estado de São Paulo. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário semiestruturado contendo dez questões, sendo elas questões estruturadas abordando dados sociais (variáveis quantitativas: idade, número da chamada; variável qualitativa ordinal: série em curso; variáveis qualitativas nominais: sexo, nome da escola onde estuda); histórias sobre adolescentes fictÃcios contendo variáveis correspondentes à temática estudada (variáveis qualitativas nominais: preconceito contra gênero, social, contra a cor da pele, religioso, sexual e fÃsico), além de questões não estruturadas acerca de vivências dos tipos de preconceitos sofridos no ambiente escolar e os sentimentos emergentes durante a vivência dos preconceitos. Foram pesquisados 1315 adolescentes. Os dados mostraram que a porcentagem dos adolescentes do sexo feminino que sofreram preconceito na escola foi estatisticamente igual aos adolescentes do sexo masculino, sendo a média etária de 13,6 anos; assim, conclui-se que os adolescentes são vulneráveis a sofrer preconceito no ambiente escolar. Observou-se que tanto meninos quanto meninas se identificaram com as Âhistórias vividas por adolescentes fictÃcios envolvendo, por ordem decrescente, preconceito contra gênero, preconceito contra orientação sexual, preconceito social e preconceito fÃsico. Dentre os preconceitos com maior frequência nas narrativas desses adolescentes foram encontrado: o preconceito fÃsico, preconceito contra a cor da pele, preconceito contra a orientação sexual, preconceito contra gênero e preconceito social. Observa-se que o machismo, a homofobia e o bullying estão presentes no quotidiano desses adolescentes, os quais podem ser geradores de violência, favorecendo a vulnerabilidade do adolescente. Assim, constatou-se o sofrimento dos adolescentes, seja ele mental (psicológico), fÃsico ou social em decorrência das situações permeadas por preconceitos. Os sentimentos apontados pelos adolescentes foram: ofensa, tristeza frente aos acontecimentos, raiva, o preconceito como fato natural, sensação de estarem sozinhos, pensamento de abandono escolar, perda de interesse pela escola, vontade de brigar, vingança (matar, espancar, xingar, atear fogo na escola, humilhar e machucar o próximo) e reação preconceituosa (inventar apelidos, dentre outros); a agressão e o bullying são atos de violência dentro do ambiente escolar. Sabe-se que o adolescente é um ser gregário de culturas, vivências, socializações, dentre outros; ele é reflexo da educação que recebe em casa, na sociedade, passando a ser perpetuado dentro da escola. Logo, a escola deve ser um ambiente aberto para discussões e debates contra a discriminação, preconceito e bullying.