Com o estudo objetivou-se avaliar os efeitos da infusão contínua de nalbufina sobre
as variáveis hemodinâmicas, respiratórias e hemogasométricas em cães submetidos
a anestesia pelo sevofluorano. Foram utilizadas 18 cadelas, com média de 2 ± 1 anos,
não castradas, com peso médio de 10 ± 4 kg. Os animais foram distribuídos em dois
grupos de 9 animais cada, denominados grupo nalbufina (GN) e grupo controle (GC)
e induzidos à anestesia com sevofluorano, intubados e conectados ao circuito
anestésico, ajustando-se o sevofluorano para manutenção da anestesia. Após 15
minutos e antes da administração do opioide ou solução fisiológica, procedeu-se a
colheita das variáveis no momento basal (MB) e foi administrado bolus de nalbufina
(0,3 mg/kg), seguido da infusão continua (0,4 mg/kg/hora). No GC substituiu-se o
opioide pela solução de NaCl 0,9%, em volumes idênticos em bolus e infusão, ambos
administrados pela via intravenosa. As variáveis hemodinâmicas e cardiorrespiratórias
tiveram início antes da administração do opioide ou NaCl 0,9% (MB) e 20, 40, 60 e 80
minutos após o início da infusão contínua (M20, M40, M60 e M80 respectivamente). Já
as variáveis hemogasométricas foram coletadas no momento basal, 40 e 80 minutos
após o início da infusão (MB, M40 e M80, respectivamente). Houve aumento dos valores
de IED e PaO2 do GN e do pH do GC. Observou-se redução do EtCO2 e TC em ambos
os grupos e da PaCO2 no GC. Diferença significativa do EtSEVO no M40 (24,1%) e
M60 (14,2%) foi observada entre os grupos. Com base nos resultados obtidos, concluise que a infusão contínua de nalbufina em cães hígidos anestesiados com
sevofluorano, na dose empregada, reduz o requerimento anestésico de sevofluorano
e não promove alterações hemodinâmicas, respiratórias e hemogasométricas
clinicamente importantes, podendo ser usada com segurança para a espécie.