MELLO, Guilherme Romani. Acúmulo de forragem e composição botânica em pastos mistos de Festuca arundinacea e Pennisetum clandestinum submetidos a diferentes manejos de desfolha. 2020. 45p. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal – Área: Produção Animal). Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Ciência
Animal. Lages, 2020.
Pastos mistos de festuca e capim-quicuiu tendem a apresentar dominância da festuca quando manejados de forma leniente. É necessário encontrar um manejo que alie a máxima produção de forragem e proporções equilibradas destas espécies, com diminuição nos períodos de vazio forrageiro. Objetivou-se determinar o acúmulo de forragem e a composição botânica em pastos mistos de festuca e capim-quicuiu submetidos a diferentes manejos de desfolha. O experimento foi conduzido no centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC – Brasil. Foi utilizado um delineamento em blocos casualizados com arranjo fatorial 2 x 2 e três repetições, totalizando 12 unidades experimentais. O primeiro fator foi a altura de manejo, onde os pastos eram manejados sob lotação intermitente com duas alturas de pré-pastejo (15 e 20 cm) e desfolhações de 40% (resíduos de 9 e 12 cm, respectivamente). O segundo fator foi a presença ou ausência de uma maior severidade de desfolha aplicada em 19/11/2020 resultando num resíduo de 6 cm, buscando favorecer o retorno do capim-quicuiu no verão. As coletas de dados ocorreram por 12 meses (11/2017 – 11/2018), avaliando-se a massa de forragem, composição botânica, índice de área foliar (IAF) e acúmulo de forragem do pasto no pré e pós-pastejo. Foram realizadas adubações nitrogenadas a cada dois meses (60 kg N ha-1). Foi realizada a análise de variância com auxílio do pacote estatístico SAS® pelo procedimento MIXED. As médias foram testadas pelo teste t com significância de 5%. Houve diferença na produção global de forragem dos pastos, onde os pastos manejados a 20 cm não rebaixados tiveram a maior produção (~14 t MS ha-1) (P = 0,0522), enquanto os demais não diferiram entre si (P > 0,05). No verão, o acúmulo de forragem foi maior nos pastos de 20 cm se comparado aos de 15 cm. Já no inverno, o acúmulo de forragem foi maior nos pastos não rebaixados manejados à 20 cm, enquanto os pastos de 15 cm tiveram acúmulo similar, independente do rebaixamento. Houveram 12 ciclos de pastejo nos pastos de 15 cm (rebaixados ou não), 10 ciclos nos pastos de 20 cm não rebaixados e 8 ciclos nos pastos de 20 cm rebaixados. No verão, a proporção de festuca e de capim-quicuiu ficaram em torno de 50% para cada uma nos pastos de 15 cm, independente do rebaixamento. Os pastos de 20 cm não rebaixados apresentaram maior proporção de festuca (~66%). No inverno, a proporção de festuca foi bem maior, chegando a ~96% da área do pasto. Em pré e pós pastejo, no verão e no inverno, a quantidade de plantas invasoras foi maior nos pastos de 15 cm, independente de rebaixamento. O IAF do pasto não diferiu no pré e pós pastejo durante o verão, porém, no inverno, os pastos manejados a 20 cm tiveram maior IAF. A proporção de material morto, no verão, foi maior nos pastos não rebaixados na condição de pré-pastejo. O IAF, folha e colmo de capim-quicuiu nos pastos de 20 cm não rebaixados apresentaram os menores valores, enquanto os demais não apresentaram diferença entre si. O rebaixamento realizado na primavera resulta em diferença na produção anual de forragem, com maior produção nos de 20 cm, porém, a velocidade de rebrota e número de ciclos de pastejo é superior nos pastos manejados à 15 cm.