O aumento na procura do pescado vem associado às mudanças nos hábitos alimentares da população, que cada vez mais busca alimentos nutricionalmente equilibrados e saudáveis, entretanto o consumo de peixe cru ou mal cozido vem aumentando a exposição ao risco de infecções acidentais por parasitos de peixes Entre fevereiro e abril de 2019 foram adquiridos 64 peixes Percophis brasiliensis de pescadores profissionais do município de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, Brasil, com objetivo de investigar a presença de nematoides Anisakidae e Raphidascarididae e cestóides Trypanorhyncha, calcular seus índices parasitários e indicar os sítios de infecção, devido a sua importância higiênico-sanitária e na saúde coletiva. Foram coletadas 475 larvas de terceiro estágio de nematoides anisaquideos (5) e rafidascaridideos (470), e 515 plerocercos de cestóides tripanorrincos. Os nematoides foram identificados como as espécies Contracaecum sp. (1), Terranova sp. (4), Hysterothylacium deardorffoverstreetorum (423), Hysterothylacium fortalezae (46) e Raphidascaris sp. (1) do estômago, intestino, fígado, gônadas, cavidade abdominal e as serosas do estômago e do mesentério. Os cestoides foram identificados como Grillotia carvajalregorum e coletados da serosa do estômago, mesentério e cavidade abdominal. As espécies de helmintos que apresentaram os índices parasitários mais elevados foram H. deardorffoverstreetorum e G. carvajalregorum, com prevalência de 81,25 e 100%, intensidades médias de 8,13 e 8,05, abundâncias médias de 6,61 e 8,05 e amplitudes de variação das infecções de 1-42 e 1-131 espécimes por hospedeiro, respectivamente. Considerando que estas famílias de nematoides têm sido relatados como agentes zoonóticos e os trypanorhyncha, além do aspecto repugnante, têm sido investigados como possíveis causadores de alergia em humanos, comentários foram tecidos sobre a importância na higiene sanitária destes peixes, assim como sobre a fiscalização pelos órgãos responsáveis, a fim de oferecer ao consumidor um alimento seguro.