O presente estudo, avaliou a prevalência de Campylobaccter jejuni e Campylobacter coli e genes de virulência em carcaças de frango in natura, resfriadas, congeladas, fígado e moela comercializadas em mercado públicos e supermercados. Foram obtidas 10 amostras de carcaças com fígado e moela comercializadas nas formas in natura, resfriadas e congeladas, com duas diferentes marcas comerciais, totalizando 90 amostras. As amostras foram analisadas pelas metodologias de cultura e isolamento e PCR convencional. A PCR foi utilizada em dois momentos distintos. No primeiro, a técnica foi aplicada para detecção de C. jejuni e C. coli em amostras provenientes do cultivo e isolamento, e no segundo momento, em amostras oriundas do caldo de enriquecimento utilizado para cada amostra. Das 90 amostras analisadas, C. jejuni foi a espécie mais prevalente com 28,8% das amostras positivas, já C.coli foi positiva em 15,6% das amostras. Na análise de prevalência das espécies em amostras de mercados públicos, C. coli foi mais prevalente que C. jejuni, apresentando 16,7% de amostras positivas. Nas amostras de supermercados, C. jejuni esteve mais prevalente, com 36,7% de positividade. Com relação a forma de comercialização das carcaças, C. jejuni foi detectada em todas as formas de comercialização (in natura, resfriadas e congeladas), porém, com maior prevalência (43,3%) em amostras resfriadas, diferente de C. coli que não foi detectada em amostras congeladas, e apresentou maior prevalência (16,7%) em amostras in natura. Entre os diferentes produtos avícolas (carcaça, fígado e moela), ambas as espécies foram detectadas. C. jejuni esteve mais prevalente (53,3%) nas amostras de fígado, seguida das amostras de pedaços (36,7%) e moela (33,3%). C. coli apresentou menores prevalências comparado a C. jejuni, com maior prevalência nas amostras de pedaços (10%) e igual prevalência nas amostras de fígado e moela (3,3%). Foram pesquisados cinco genes de virulência referentes à adesão (Peb1, JlpA, CadF, CapA) e invasão (CiaB). Em ambas as espécies foi detectado a presença dos diferentes genes. O gene CiaB foi o mais prevalente em C. jejuni (70,2%) e C. coli (71,4%), seguido do gene CadF (72,9%) (50%). As demais prevalências detectadas foram: Peb1 (43,2%) (50%), JlpA (48,6%) (42,8%) e CapA (21,6%) (28,5%). A partir da detecção dos genes foram traçados 20 perfis de virulência (P-1 a P-20), variando desde a presença de todos os genes até a ausência dos mesmos. A contaminação de carcaças de frango em abatedouros, os tratamentos pós-abate, controle de temperatura, gerenciamento de higiene durante o processamento ou armazenamento constituem os principais fatores associados a infecção pelo patógeno. Os diferentes perfis de virulência somados aos fatores citados potencializam o risco no surgimento de casos e/ou surtos de campilobacteriose, caso medidas apropriadas são sejam implementadas. Portanto, é imprescindível que haja uma vigilância contínua da presença desse patógeno e de seus genes associados nos produtos avícolas, e que medidas de controle devem ser estabelecidas partindo do campo até a indústria, reforçando também que deve haver o monitoramento das medidas e práticas de manipulação no mercado consumidor, afim de reduzir a contaminação dos produtos e iminentes riscos de infecção.