É sabido que as condições do ambiente nos trópicos causam grandes prejuízos
econômicos à produção animal, impactando a produção de leite e o
desempenho reprodutivo. O presente estudo teve como objetivo avaliar a
suplementação com cromo orgânico na dieta de vacas Girolando em lactação
sob estresse calórico em parâmetros produtivos, reprodutivos e metabólicos.
Trinta e seis vacas Girolando em lactação foram submetidas a dois ensaios
seqüenciais. No ensaio 1 (ambiente termoneutro) foi avaliado o efeito da
suplementação de cromo (0 vs. 0,50 mg/kg de matéria seca). No ensaio 2 as
vacas foram alimentadas com as mesmas dietas, porém foram divididas em
três condições ambientais: condições de estresse calórico em câmara
climática, alimentadas ad libitum (HS); ambiente termoneutro, alimentadas ad
libitum (TN); ambiente termoneutro, pair-fed (PF). Sob condições termoneutras
a suplementação com cromo não afetou os parâmetros produtivos ou
metabólicos avaliados. Durante o estresse calórico, a suplementação com
cromo diminuiu as concentrações de glicose no plasma (61,17 ± 1,90 vs. 67,11
± 1,90 mg / dL) e aumentou a relação insulina: glicose (0,39 ± 0,04 vs. 0,27 ±
0,04). Vacas alimentadas com a dieta controle no grupo HS apresentaram
valores mais altos de temperatura vaginal (39,40 ± 0,10 ° C) do que as vacas
dos grupos TN e PF (38,89 ± 0,10 ° C e 38,85 ± 0,11 ° C, respectivamente). No
entanto, as vacas suplementadas sob estresse calórico mantiveram a mesma
temperatura vaginal que as vacas em condições termoneutras. Comparando as
duas dietas na condição HS, as expressões gênicas hepáticas do transportador
de glicose 2 (GLUT2), glicose-6-fosfatase (G6Pase) e receptor de hormônio de
crescimento (rGH) foram reguladas negativamente (P<0,05) nas vacas
suplementadas com cromo orgânico em comparação com as vacas
alimentadas com a dieta controle. A expressão de GLUT2 foi aumentada
(P<0,05) no grupo HS e o fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF1)
foi regulado negativamente (P<0,05) no grupo PF em comparação com o grupo
TN para as vacas alimentadas com a dieta controle. Não foram observadas
diferenças na abundância relativa de GLUT2, fosfoenolpiruvato carboxiquinase
(PEPCK), G6Pase, rGH e transcritos de IGF1 entre as diferentes condições
ambientais para vacas suplementadas. Em conclusão, a suplementação de
cromo melhorou o metabolismo da glicose e impediu o aumento da
temperatura corporal sob condições de estresse calórico. O estresse térmico
causou alterações na expressão de genes relacionados ao metabolismo da
glicose no fígado, e o cromo orgânico mostrou algum nível de modulação no
metabolismo da glicose de animais sob condições de estresse térmico.