Alterac ̧oes na superf ̃ ́ıcie ocular ou deficiencia da por ˆ c ̧ao aquosa da l ̃ agrima s ́ ao condi ̃ c ̧oes ̃
comumente diagnosticadas na oftalmologia veterinaria, principalmente em c ́ aes. Com isso, ̃
objetivou-se caracterizar os achados diagnosticos, aplicar repetitividade teste-reteste e corre- ́
lacionar os testes lacrimais em caes de diferentes perfis cef ̃ alicos. A popula ́ c ̧ao do estudo ̃
compreendeu 50 caes clinicamente saud ̃ aveis (25 braquicef ́ alicos e 25 n ́ ao braquicef ̃ alicos). ́
Sucessivos testes diagnosticos foram executados em cada c ́ ao com intervalo de 10 minutos ̃
e repetidos apos 24 horas sob condi ́ c ̧oes similares. Os testes avaliados foram: sensa ̃ c ̧ao t ̃ atil ́
da cornea (STC), teste de meniscometria (SMT), teste lacrimal do vermelho de fenol (TLVF), ́
tira endodontica de papel absorvente (TEPA), teste lacrimal de Schirmer I sem (TLS-I) e com ˆ
estimulac ̧ao nasolacrimal (TLS-I ̃ +RN) e teste lacrimal de Schirmer II (TLS-II). A media ́ ±
desvio padrao dos resultados obtidos foram menores em braquicef ̃ alicos x n ́ ao braquicef ̃ alicos ́
(exceto para SMT; 7,4±2,0 × 7,3±2,4 mm/5s, que nao houve diferen ̃ c ̧a significativa), com
diferenc ̧a estatisticamente significativa para STC (1,8±0,5 cm × 3,4±0,8 cm), TLVF (37,2±4,0
mm/15s × 41,1±5,5 mm/15s), TLS-I (20,1±3,4 mm/min × 23,3±5,7 mm/min) e TLS-I+RN
(23,2 ± 3,6 mm/min × 27,1 ± 5,4 mm/min) e sem diferenc ̧a estatisticamente significativa para
TEPA (16,6±2,7 mm/15s × 17,5±2,9 mm/15s). A estimulac ̧ao lacrimal incrementou em m ̃ edia ́
18% a produc ̧ao lacrimal por meio do TLS-I. Correla ̃ c ̧oes dos testes foram geralmente fracas a ̃
moderadas (r<0,70) exceto pela forte correlac ̧ao positiva entre TLS-I e TLS-I ̃ +RN (r = 0,83, P
< 0,001). A confiabilidade dos testes foi boa, no entanto a repetitividade foi relativamente fraca
a moderada, como demonstrada pelo baixo coeficiente de correlac ̧ao intraclasse (CCI ̃ ≤ 0,75) e
amplo limite de concordancia de 95%, exceto para STC (CCI ˆ = 0,91). Em caes braquicef ̃ alicos, ́
observou-se que a sensibilidade da cornea e secre ́ c ̧ao da por ̃ c ̧ao aquosa da l ̃ agrima apresentaram ́
valores menores. Assim, um entendimento mais solido da superf ́ ́ıcie ocular requer a combinac ̧ao ̃
de diversos testes diagnosticos. Al ́ em disto, o reflexo nasolacrimal pode ser uma ferramenta ́ util ́
tanto para diagnostico quanto para terapia em c ́ aes.