Três estudos foram desenvolvidos para avaliar as respostas fisiológicas de
fêmeas Bos taurus e Bos indicus submetidas a estratégias farmacológicas para a
sincronização do ciclo estral. No primeiro estudo, o perfil de progesterona (P4)
circulante promovido por 10 implantes intravaginais de P4 foi avaliado, bem como
o efeito das concentrações circulantes de P4 no desenvolvimento do folículo
dominante (FD). Para tanto, vacas holandesas e Nelore não-lactantes sem corpo
lúteo (CL) receberam um dos implantes de P4 associado a 2 mg de benzoato de
estradiol (BE), para sincronizar a emergência folicular. Os implantes permaneceram
por 14 d, enquanto colheitas diárias de sangue e avaliações ultrassonográficas foram
realizadas. No geral, todos os implantes foram capazes de aumentar as
concentrações circulantes de P4 e, associados ao BE, induzir a emergência de nova
onda folicular. Ainda, maiores liberações de P4 foram observadas para implantes
com maior área de superfície ou maior carga inicial de P4. Também, maiores
concentrações de P4 (principalmente durante os primeiros 3 d) foram associadas
um menor diamentro do FD 7 d após a inserção dos implantes, em ambas as raças.
No segundo estudo, vacas holandesas não-lactantes foram pré-sincronizadas e, no
dia 7 do ciclo estral, designadas a terem ou não um CL funcional. Nesse dia, todas
as vacas receberam 100 μg de gonadorelina (GnRH), e simultaneamente, foram
designadas a receber ou não um implante de P4 (2 g). Exames ultrassonográficos
foram realizados para avaliar a resposta ovulatória ao GnRH e o desenvolvimento
subsequente do novo CL, e amostras de sangue foram colhidas para avaliar as
concentrações de LH e P4 circulantes. Vacas com CL tiveram maior P4 circulante
no momento do GnRH, menor pico de LH e menor ovulação (com CL = 58,1%;
sem CL = 95,5%). No entanto, a inserção do implante de P4 não influenciou na
liberação de LH nem na ovulação. Independentemente, altas concentrações de P4
no momento do GnRH foram associadas a baixa resposta ovulatória, e o inverso foi
observado em relação à amplitude do pico de LH induzido por GnRH. Ainda, o
desenvolvimento/manutenção do CL subsequente foi negativamente afetado pela
presença do CL e inserção do implante de P4 no momento do GnRH. No terceiro
estudo, novilhas púberes e vacas Nelore não-lactantes foram pré-sincronizadas e,
no dia 7 do ciclo estral, designadas a receber gonadorelina (100 ou 200 μg) ou
buserelina (10 ou 20 μg). No momento dos tratamentos a concentração circulante
de P4 não diferiu entre vacas e novilhas (~4 ng/mL). Em novilhas, independente da
dose, a buserelina promoveu maior pico de LH e ovulação que a gonadorelina (88,9
vs. 16,7%). Ainda, a dupla dose só aumentou a liberação de LH no tratamento com
buserelina. Por outro lado, em vacas, embora a dose dupla tenha elevado a liberação
de LH para ambos os análogos, apenas a dose dupla de buserelina apresentou
resposta ovulatória satisfatória (90,9%), enquanto para os demais tratamentos a
ovulação não diferiu (35,7%). Em ambas categorias, maiores picos de LH foram
associados à maior ovulação, porém em novilhas a ovulação foi estimulada por
picos de menor amplitude comparado às vacas.