XAVIER, J. S. Efeitos Da Indução Artificial De Lactação Sobre a Produção e Saúde de Vacas Leiteiras. 2020. 63f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal - Área de concentração: Sanidade e Patologia Animal) - Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós Graduação em Ciência Animal, Lages, 2020. Este estudo comparou a produção leiteira dos animais induzidos artificialmente com os de lactações naturais e seu perfil metabólico por meio de avaliações laboratoriais de hemograma, exames bioquímicos e de metabolismo oxidativo, além do desempenho reprodutivo durante 300 dias de lactação. Foram utilizadas 28 vacas da raça Holandesa divididas em dois grupos de 14 vacas cada, sendo um controle e outro experimental. Os dados foram submetidos à análise de variância, com medidas repetidas no tempo em um DBC pelo PROC MIXED utilizando-se o Software Statistical Analysis System (SAS®) OnDemand for Academics (SAS Institute Inc., 2015), e foram considerados significativos quando p<0,05. Todos os
animais do grupo experimental obtiveram sucesso na indução, com uma produção equivalente a 78% do controle. Quanto ao desempenho reprodutivo, em 11 dos 14 animais que foram considerados aptos à reprodução do grupo experimental obteve-se 54,54% de taxa de prenhez, e 85,71% para o controle (dentre os 14 animais). No estresse oxidativo, o MDA apresentou-se mais alto para ambos os grupos a partir do começo da lactação até o início do declínio da produção. A glicose mostrou significativamente (p=0,046) mais alta no início da lactação para o grupo indução. Os corpos cetônicos demonstraram diferenças entre os momentos de coleta (p<0,0001), e ao final da lactação, foram significativamente mais baixos para o grupo indução. O colesterol diminuiu levemente no momento do início da lactação para os dois grupos. Os triglicerídeos elevaram-se levemente no GE antes e no começo da lactação, enquanto para o GC, elevaram-se próximo ao pico de lactação. A albumina apresentou uma baixa concentração a partir dos 180 dias de lactação no GE. As concentrações de cálcio foram menores (p<0,0001) para o grupo indução nos últimos momentos da lactação. O fósforo apresentou-se maior em M-21 para o GE, que diminuíram em M0, ficando significativamente menor que os valores do GC. O magnésio não apresentou diferença entre grupos. No hemograma, os valores de eritrócitos, VG e hemoglobina apresentaram uma ligeira redução no momento do início da lactação para o grupo experimental, porém sem ficar abaixo dos limites de referencia, podendo ser causado por uma adaptação do organismo às mudanças no metabolismo causadas pela aplicação de bST-r e início da lactação. No leucograma, os animais de ambos os grupos apresentaram quadro de neutrofilia no dia do início da lactação,
porém significativamente maior para o grupo experimental, devido à aplicação de corticoides exógenos. O restante dos parâmetros não apresentou diferença entre tratamentos. Conclui-se que os parâmetros hematológicos e bioquímicos comportam-se de forma semelhante em vacas de indução artificial de lactação e vacas de lactações naturais, com variações passageiras decorrentes da aplicação de hormônios do protocolo, mas sem afetar a saúde dos animais. No metabolismo oxidativo, os animais de indução de lactação sofrem o mesmo nível de peroxidação lipídica de vacas de lactações naturais quando estão iniciando a lactação e até que haja um declínio na produção leiteira. As vacas de indução atingiram 78% da produção leiteira e 54,54% de taxa de prenhez após o protocolo, demonstrando que animais com problemas reprodutivos podem se beneficiar dos protocolos de indução para continuar sua vida produtiva.