A canção popular, presente no cotidiano social e concebida como produto cultural, é a matéria-prima deste estudo, que considera a necessidade de sua interação com a produção de conhecimento em sala de aula, sobretudo no ensino de História. Sendo assim, este trabalho, oriundo do Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT), tem como objetivo geral aplicar e analisar uma proposta de ensino que apresenta a canção popular como objeto de estudo e documento histórico sob o tema do Regime Militar (1964-1985), especificamente nos anos iniciais da ditadura civil-militar e no período conhecido como Anos de Chumbo. Baseando-se em pressupostos teórico-metodológicos e na perspectiva da produção de conhecimento histórico, este estudo, desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), Campus Cajazeiras, aponta para a apropriação da canção popular no ensino de História como forma de interação com o universo cultural dos estudantes, a partir da sua compreensão e dos conteúdos abordados. Tendo em vista as potencialidades e os desafios do Ensino Médio Integrado, propomos um diálogo das bases conceituais da Educação Profissional e Tecnológica (FRIGOTTO, CIAVATTA e RAMOS, 2005; SAVIANI e RAMOS, 2005; MOURA, 2007) com análises sobre Música Popular e História (NAPOLITANO, 2016; HERMETO, 2012; TATIT, 2004; NAVES, 2010, dentre outros). Por se tratar de um trabalho na área de Ensino, buscamos relacionar os conceitos dos autores citados às noções de Cultura História (SOARES, 2017; ROCHA, 2014), Consciência Histórica (RÜSEN, 2001) e Consciência Crítica (FREIRE, 2010). Na intervenção pedagógica realizada, verificamos a viabilidade da proposta de ensino apresentada, com uma delimitação dos métodos de intervenção e de avaliação do processo. Podemos afirmar que aliar História e Música estimula o interesse dos alunos pelas duas áreas, além de demonstrar como a canção popular, em sua totalidade, como objeto de estudo e documento, é uma importante ferramenta para um ensino crítico, confirmando, dessa maneira, a pertinência do produto educacional.