Foram realizados dois experimentos para caracterizar os compostos fenólicos presentes no extrato vegetal de folhas e caules de baccharis (Baccharis dracunculifolia), sementes de tamarindo (Tamarindus indica L.), óleo essencial da folha de cravo (Syzygium aromaticum), líquido da castanha do caju (LCC) (Anacardium occidentale) e avaliar seus efeitos sobre o desempenho animal, eficiência alimentar, digestibilidade aparente, concentrações de ácidos graxos voláteis (AGV) no rúmen e comportamento ingestivo de bovinos mestiços (½ Angus x ½ Nelore) terminados em confinamento. Também foi verificado a atividade antimicrobiana in vitro desses extratos vegetais e óleos essenciais sobre cepas de bactérias ruminais Gram-negativas. No primeiro experimento, avaliou-se a atividade antimicrobiana dos extratos vegetais de folhas e caules de baccharis, sementes de tamarindo, óleo essencial da folha de cravo e LCC contra cinco cepas de bactérias ruminais Gram-negativas. Foram avaliados no meio de cultura contendo os extratos vegetais/óleos essenciais nas concentrações de 0,1; 0,2; 0,5 e 1,0 mg mL-1. O crescimento das bactérias foi avaliado pelo monitoramento da densidade óptica (DO 600 nm) por espectrofotometria, nos intervalos de observação de 0, 8, 12 e 24 horas de incubação a 39° C. Os extratos inibiram o crescimento da Prevotella albensis, Prevotella bryantti, Prevotella ruminicola, Treponema saccharophilum e Succinivibrio dextrinosolvens. No segundo experimento, foram testados o MIX (baccharis, tamarindo, cravo e LCC), em três diferentes doses, sendo: 2, 4 e 6 g animal dia-1 vs. o tratamento controle (sem adição de material vegetal e óleos essenciais). Foram utilizados 32 machos não castrados (½ Angus x ½ Nelore), com peso corporal médio de 418 ± 4,51 kg e idade média de 24 ± 2,0 meses, distribuídos em um delineamento inteiramente ao acaso, com quatro tratamentos e oito repetições por tratamento. A dieta continha 30% de silagem de milho e 70% de concentrado (milho grão, glúten de milho, levedura, calcário, sal mineral e ureia). A ingestão de matéria seca e dos demais nutrientes, desempenho animal e o comportamento ingestivo não foram influenciados (P > 0,05) pela adição do MIX na dieta, mas houve efeito do MIX (P < 0,05) sobre a digestibilidade e produção de AGV. A digestibilidades da matéria seca, fibra em detergente neutro e matéria orgânica foram maiores quando a
mistura de 2 g animal dia-1 foi incluída na dieta. A adição do MIX proporcionou aumento (P < 0,05) na concentração molar de AGV propionato e diminuição na razão acetato: propionato. Este estudo sugere que a utilização de extratos vegetais/óleos essenciais de baccharis, tamarindo, cravo e LCC podem ser uma alternativa natural ao uso de antibióticos ionóforos na alimentação de ruminantes.