Movimentos de Massa estão intimamente relacionados à eventos de precipitação, principalmente no Brasil. Estes desastres são muitas vezes catastróficos, causando mortes e deixando desabrigados. Os sistemas de alerta empregados no país utilizam, em sua maioria, limiares de precipitação como parâmetro para disparos de sirenes que informam os riscos de deslizamentos. Esta metodologia pode, muitas vezes, falhar, pois são específicas para algumas regiões e não leva em consideração as condições físicas e ambientais da área. Assim sendo, o presente estudo tem como objetivo propor uma metodologia, ainda pouco difundida no mundo, de acoplamento de um modelo de previsão do tempo a um modelo de estabilidade de encostas, que fornecerá o grau de estabilidade de encostas que estejam sob ação de sistemas de precipitação intensa. Para tal, a habilidade dos modelos WRF, de previsão do tempo, e TRIGRS, de estabilidade de encostas, foi avaliada para as sub bacias dos rios Quitite e Papagaio, no Rio de Janeiro. As simulações do WRF apresentaram um total de precipitação próximo ao observado no posto pluviométrico do Alto da Boa Vista, quando considerado um raio de 30km em torno da bacia. O TRIGRS, simulado com a precipitação prevista pelo WRF, mostrou-se muito sensível à altura inicial do lençol freático, com a chuva influenciando a estabilidade do terreno apenas para uma condição acima de 50% de saturação inicial do solo. De modo geral, a metodologia de acoplamento tem potencial de ser utilizada por órgãos públicos e tomadores de decisão do governo, mas ainda requer melhorias, como maior precisão na previsão da chuva e, principalmente, da aquisição de dados coletados em tempo real para a inicialização do TRIGRS.