SILVA, R. M. M. Lesões do sistema reprodutor de ovelhas deslanadas em abatedouros
frigoríficos no estado da Bahia. Salvador. 2020. 62p. Tese (Doutor em Ciência Animal nos
Trópicos) – Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia – Universidade Federal da Bahia,
2020.
O objetivo do presente trabalho foi avaliação e diagnóstico de alterações do sistema
reprodutor de ovelhas abatidas em abatedouros frigoríficos no estado da Bahia. A pesquisa
foi realizada em abatedouros frigoríficos do estado da Bahia com Serviços de Inspeção
Federal e Estadual no abate de ovinos. No período de julho de 2018 a fevereiro de 2019 foram
realizadas visitas e acompanhamento do abate de 1.072 ovelhas. Os animais eram
provenientes de 22 municípios do estado da Bahia, com idade entre 6 a 18 meses. Durante o
abate, na evisceração foram seccionados os sistemas reprodutores das ovelhas para avaliação
e coleta das lesões. Adicionalmente foram obtidos inquéritos epidemiológicos relacionados
à procedência, idade e raça. Para o exame bacteriológico, as coletas foram realizadas com
lâminas de bisturi estéreis e swabs em tubos estéries com meio Stuart e refrigeradas em caixa
térmica. Para análise histopatológica, os fragmentos foram fixados em formol a 10% e
processados de forma rotineira para histologia e corados pela hematoxilina e eosina (HE).
Entre 1.072 sistemas genitais avaliados, identificou-se 211 alterações. Os órgãos do sistema
reprodutor mais acometidos foram os ovários (65,7%), útero (29,5%) e tubas uterinas (5,2%).
Nos ovários, a lesão mais frequente foi o cisto folicular (34,2); no útero a endometrite (9%)
e nas tubas uterinas, os cistos representaram (3,3%). Outras lesões identificadas nos ovários
foram: cisto luteinizado (1,9%); tumor de células da granulosa (0,4%); adenoma (0,4%);
agenesia unilateral (0,4%), além de outras alterações de pouco significado clínico, como
cistos paraováricos (15,7%) e corpo lúteo cístico (12,3%). Nas tubas uterinas observou-se,
além dos cistos tubo-ováricos (3,3%), hidrossalpinge (0,8%), adenoma (0,4%) e agenesia
(0,4). As lesões uterinas foram endometrite (9%), hidrometra (2,3%); hiperplasia endometrial
cística, abscesso e piometra, apresentaram cada 1,4%; encontrou-se adenomiose, petéquias
na serosa do útero e aplasia segmentar foram identificadas em 0,8%; dois úteros gravídicos,
em início de gestação, apresentaram piometra (0,8%), porém os fetos não apresentaram
alterações; e pólipo uterino (0,4%). Observou-se uma gestação ectópica com maceração fetal
(0,4%); a vaginite ocorreu em 0,4%, e melanose endometrial em 8,5%. Destaca-se a elevada
incidência de cistos foliculares e endometrite que são doenças que reduzem a eficiência
reprodutiva dos rebanhos, provocando infertilidade e perdas econômicas na produção.