Objetivou-se avaliar as características quantitativas e qualitativas da carcaça e da
carne de cordeiros terminados em confinamento, com o uso do extrato de própolis
vermelha (EPV). O experimento foi conduzido no setor de ovinocultura, da
Universidade Federal de Alagoas, campus de Arapiraca - AL. O período experimental
foi de 68 dias, sendo 10 dias destinados à adaptação às dietas, instalações e manejo.
Foram utilizados 35 cordeiros mestiços Santa Inês, com idade média de cinco meses e
peso corporal médio inicial de 17,08 ± 2,36 kg. Os animais foram distribuídos em um
delineamento inteiramente casualizado e submetidos a cinco tratamentos (0, 7, 14, 21,
28 mL de EPV/animal/dia), com 7 repetições cada. Amostras do concentrado e feno
foram coletadas para avaliar a composição de ácidos graxos. Ao final do experimento,
os animais foram abatidos e as amostras do Longissimus foram coletadas e embaladas à
vácuo para posteriores análises, sendo as análises de composição da carne realizadas na
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, onde o perfil lipídico e colesterol
determinado a partir de cromatografia gasosa e líquida, respectivamente. O uso do EPV
não interferiu na composição tecidual e regional da carcaça, bem como na composição
centesimal e teor de colesterol. Dentre os parâmetros físico-químicos da carne, apenas a
força de cisalhamento (FC) apresentou um efeito quadrático. Houve efeito exponencial
para a oxidação lipídica, onde o EPV, apresentando redução de 57,02 a 71,77% o teor
de malonaldeído na carne. O EPV produziu carnes com menores teores de AGPI n-6,
sem, portanto, interferir-nos AGPI n-3, isso proporcionou redução nos AGPI totais e na
razão n-6:n-3. Foram identificadas menores concentrações de ácidos graxos saturados
(AGS), bem como elevação nos ácidos graxos monoinsaturados (AGMI) na carne com a
inclusão do EPV. Essas alterações no perfil lipídico das carnes contribuíram para a
redução nos índices de aterogenicidade e trombogenicidade, assim como elevação na
concentração de ácidos graxos desejáveis, bem como melhorias nas razões entre ácidos
graxos hipocolesterolêmicos:hipercolesterolêmicos, e entre os AGMI:AGS, sem,
portanto, interferir na razão AGPI:AGS. O uso do EPV é passível de uso em cordeiros
como aditivo natural e isentos de substâncias tóxicas, possibilitando ofertar um produto
de qualidade e para o mercado consumidor, uma vez que atuou como um antioxidante
capaz de promover uma redução na oxidação lipídica,além de melhorar o perfil lipídico
e a qualidade nutricional da carne de cordeiros confinados.