Apresentamos uma nova abordagem metodológica para realizar a interpretação
qualitativa e duas melhorias metodológicas para realizar interpretações quantitativas
de dados magnéticos. Na primeira parte desta tese, propomos o uso da amplitude
do vetor da anomalia magnética para interpretar qualitativamente dados magnéticos
em baixas latitudes magnéticas, em grandes áreas. Os dados de amplitude são fracamente
dependentes da direção da magnetização, não requerem conhecimento prévio
da direção da magnetização da fonte e produzem máximos sobre as fontes causadoras.
Assim, os dados de amplitude permitem a definição das posições horizontais,
das projeções horizontais das fontes e aproximadamente de suas extensões, principalmente
em baixas latitudes magnéticas, em que o campo magnético aumenta a
complexidade das anomalias, além do caso de anomalias com magnetização remanente.
Calculamos os dados de amplitude a partir da anomalia de campo total por
meio da técnica da camada equivalente e mostramos o desempenho desses dados
na interpretação qualitativa com testes sintéticos. Na aplicação a dados reais no
Cráton da Amazônia, norte do Brasil, os dados de amplitude localizam anomalias
destacadas na anomalia de campo total, que têm correlação com aforamentos identificados
no mapa geológico. Além disso, os dados de amplitude sugerem a presença de
múltiplos corpos geológicos em subsuperfície seguindo um alinhamento das unidades
geológicas aflorantes. Para as interpretações quantitativas, propomos duas melhorias
metodológicas na deconvolução de Euler. Assim, na segunda parte da tese,
lidamos com o espalhamento de soluções na deconvolução de Euler, selecionando
estimativas confiáveis da deconvoluçãoo de Euler através das derivadas verticais da
anomalia de campo total. A derivada vertical é utilizada por causa de sua habilidade
em localizar fontes já que o sinal decai rapidamente com o afastamento da fonte.
Para cada janela móvel de dados, calculamos o desvio padrão da derivada vertical da anomalia de campo total
e definimos as estimativas confiáveis de localização da
fonte como aquelas estimativas obtidas pelas janelas móveis com os maiores desvios
padrão. O índice estrutural correto é definido com o maior agrupamento das estimativas
confiáveis e a média dessas estimativas define a posiçãoo da fonte. Nossa
metodologia foi testada em cenários de múltiplas fontes e anomalias interferentes,
definindo com sucesso o índice estrutural correto e as profundidades das fontes. A
aplicação na anomalia magnética de Anitápolis, sul do Brasil, permitiu inferir a presença
de um plug intrusivo e sua profundidade até o topo. Finalmente, na terceira
parte desta tese, propomos a definição do índice estrutural correto na deconvolução
de Euler através de estimativas do nível de base. Mostramos matematicamente
que assumindo o índice estrutural correto sobre a fonte, em uma região definida
por patamares de estimativas horizontais ou verticais constantes, o desvio padrão
das estimativas do nível de base é mínimo. Portanto, propusemos um novo critério
para determinar o índice estrutural correto por meio do desvio padrão mínimo das
estimativas de nível de base. Testes em dados sintéticos mostram que a metodologia
de estimativas do nível dos base em plots de patamar supera as estimativas de
profundidade na definição do índice estrutural correto em cenários com anomalias
fortemente interferentes. Aplicamos a metodologia em dados magnéticos de parte
da província alcalina de Goiás, centro do Brasil, e os resultados sugerem que três
plugs intrusivos dão origem da anomalia de Diorama e fontes tipo dipolo produzem
as anomalias de Arenópolis e Montes Claros de Goiás.