O ensino da humanização permeia as discussões no campo da formação dos profissionais da saúde, principalmente, a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais que no perfil do egresso contempla a formação humanística. Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar como a temática da humanização é abordada nos cursos de graduação em saúde da Universidade Federal do Acre UFAC, e como específicos buscou-se caracterizar o ensino sobre a humanização (inserção curricular, dinâmica das atividades, carga horária, docentes) a partir dos projetos políticos pedagógicos - PPP e mapear as concepções de humanização que permeiam os cursos de graduação da UFAC, a partir das óticas de coordenadores e docentes. A abordagem qualitativa foi utilizada para o desenvolvimento desta pesquisa e a produção de dados se deu em duas fases: análise documental dos projetos político-pedagógicos dos cursos e entrevistas semiestruturadas com quatro coordenadores e dez docentes, após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo. Durante a análise documental não foi possível confirmar a dispersão e pluralidade de concepções sobre humanização presentes nos cursos da área da saúde, especificamente, na UFAC. No entanto, as entrevistas trouxeram como resultado que as concepções estão marcadamente baseadas na vivência do(a) docente, que a partir de seus referenciais teóricos-conceituais define como e quando trabalhar a temática da humanização. Ao abordarem a sua inserção e como é trabalhada nas disciplinas percebe-se um ensino fundamentalmente tradicional, focado na técnica e procedimentos, no qual a humanização é abordada teoricamente, sem relação com outras disciplinas. Embora, os docentes e autores consultados apontem para a transversalidade desse ensino e a necessidade de inclusão de metodologias ativas de aprendizagem; além da mudança na relação professor/aluno e da necessidade de aproximação da universidade com os serviços de saúde. Em relação às concepções de humanização foram identificadas as seguintes categorias: acolhimento, respeito ao outro e sem imposição do conhecimento científico, dimensão pessoal e familiar, relação de ética e confiança e constituída por e nas ações humanas, e sobre a formação humanística foram mapeadas as seguintes categorias: acolhimento, política institucional e movimentos pessoais, abordagem integral e relação essencial. No núcleo direcionador política nacional de humanização e a formação em saúde, a maioria dos sujeitos afirmou não conhecer a política. Os sujeitos apontaram como desafios a ruptura com o trabalho centrado em técnicas e procedimentos, colocando ênfase nas atitudes; a mudança nos currículos, além da necessidade de investimentos em processos de formação docente, por meio de estratégias metodológicas diversificadas. A humanização trabalhada não como uma aula/disciplina específica, mas como um tema transversal que perpassa todas as disciplinas, nos diferentes momentos. Foi possível identificar os referenciais apresentados pelas políticas educacionais, principalmente as diretrizes estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos da área da saúde. No entanto, não visualizamos, na prática, as políticas definidas pelo Ministério da Saúde, exceto em alguns casos, quando os docentes referiram uma aproximação com os serviços de saúde ou em áreas específicas como é o caso da atenção à saúde da mulher e da criança. Destaca-se a necessidade de aprofundamento desse estudo, com a inclusão de mais docentes, bem como daqueles cursos que não foi possível trabalhar nesse momento efetivamente, além dos discentes.