Objetivo: Avaliar se os parâmetros índice SPARCC, distribuição topográfica e valores de Coeficiente de Difusão Aparente (ADC) nas áreas de edema medular subcondral (EMS) nas Articulações Sacroilíacas (ASIs) podem diferenciar Espondiloartrite Axial (EA) e Alterações Mecânicas e Degenerativas (AMD). Comparar o desempenho na detecção de EMS das sequências Short Tau Inversion Recovery (STIR), diffusion weighted imaging (DWI) e T1 com saturação de gordura e gadolíneo (T1FSGD). Método: Foram avaliadas ressonâncias magnéticas das ASIs de 34 pacientes, com suspeita de sacroileíte apresentando EMS. Dezessete pacientes foram diagnosticados como EA (grupo I) e dezessete como AMD (grupo II). Dois radiologistas avaliaram a presença e a distribuição topográfica das áreas de EMS nas ASIs, calcularam o índice SPARCC e aferiram os valores de ADC nas áreas de EMS e na região interforaminal do sacro. Também atribuíram notas de 1 a 5 às áreas de EMS, avaliando a intensidade de sinal ou padrão de realce nas referidas sequências para análise comparativa. Resultados: O valor de corte 8,5 para o índice SPARCC apresentou melhor acurácia para diferenciação entre EA e AMD. Índices ≥ 8,5 indicam EA e < 8,5 indicam AMD. Valores preditivos obtidos para este valor: acurácia de 79,4%, sensibilidade 64,7%, especificidade 94,1%, VPP: 91,7% e VPN: 72,7%. Foi observado maior número de lesões na superfície ilíaca nos pacientes do grupo I (p=0,15); com predomínio no terço superior (p = 0,040). Os valores médios de ADC nas áreas de EMS, nos mapas de difusão 600 e 1000 respectivamente, foram 1.16x10-3mm2/s e 1.03x10-3mm2/s nos pacientes com EA e 1.06x10-3mm2/s e 1.03x10-3mm2/s nos pacientes com AMD. Os valores médios de ADC na região interforaminal do sacro foram 0,50x10-3mm2/s e 0,39x10-3mm2/s nos respectivos mapas. O valor médio das notas atribuídas pelos examinadores às áreas de EMS não apresentaram diferenças significativas pelo teste de Wilcoxon. Os coeficientes de correlação intraclasse foram 0,791 para a sequência STIR; 0,876 para DWI com b=50s/mm2; 0,880 para DWI com b=600s/mm2; 0,907 para DWI com b=1000s/mm2 e 0,713 para T1FSGD. O valor médio atribuído à sequência STIR foi o maior, seguido em ordem decrescente pelos valores das sequências DWI com b=50s/mm2, T1FSGD, DWI com b=600s/mm2 e DWI com b=1000s/mm2. Os valores médios das notas das diferentes sequências apresentaram diferenças estatísticas significativas, exceto entre as sequências DWI com b=600s/mm2 e T1FSGD (p=0,059). A comparação entre a média das notas atribuídas à sequência STIR e à DWI com b=50s/mm2 apresentou valor p=0,007; todas as demais comparações apresentaram p<0,001. Conclusões: O índice SPARCC pode ser utilizado para a diferenciação entre EA e AMD. Houve predomínio de lesões de EA na superfície ilíaca, com predomínio no terço superior. Os valores médios de ADC encontrados nas áreas de EMS são maiores que o valor médio de ADC nas regiões interforaminais do sacro. Entretanto, estes valores não permitiram a diferenciação entre EA e AMD. A sequência DWI b=50s/mm2 apresentou melhor desempenho para detecção de edema subcondral, comparada à sequência T1FSGD.