Este trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos de três diferentes híbridos de milho, duas temperaturas de secagem do grão e efeito da inclusão on top de enzimas exógenas em diferentes dietas para frangos de corte. Inicialmente, foi determinado a composição química, conteúdo de polissacarídeos não amiláceos (PNA’s), amido retrógrado, análise da morfologia do amido e os valores de energia metabolizável aparente (EMA), EMA corrigida para o balanço de nitrogênio (EMAn) e os coeficientes metabolizáveis aparente e corrigido (CMA e CMAn). Os valores energéticos foram determinados pelo método tradicional de coleta total de excreta, utilizando frangos de corte de 11 a 21 dias de idade, alocados em um delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial (três híbridos de milho e duas temperaturas de secagem - 80 e 110 ° C), totalizando seis tratamentos, com sete repetições e quatro aves por unidade experimental. Os resultados foram submetidos à análise de variância e os efeitos individuais e a interação entre os fatores foram analisados; quando significativas, as interações foram desdobradas. De maneira geral, os grãos secos a 110°C apresentaram maior conteúdo de amilose e amido resistente, maior teor de nitrogênio ligado à fibra, com redução no conteúdo de PNA’s solúveis em relação aos totais e redução no tamanho do grão de amido. Houve interação (P <0,05) entre os fatores avaliados para os valores de EMA e EMAn. Os valores de energia dentro de cada temperatura de secagem não apresentaram interferência dos híbridos (P>0,05). Entretanto, quando avaliadas as temperaturas de secagem dentro de cada híbrido, os valores de EMA e EMAn de 3.373 e 3.300 kcal kg-1, respectivamente, obtidos para o híbrido 1 seco a 110°C, reduziram em 73 e 69 kcal. Para os fatores isolados, independentemente da temperatura de secagem, o híbrido 3 apresentou maior CMA e CMAn, valores de 83,10 e 81,98%, respectivamente. A temperatura de secagem proporcionou variação na composição química do grão de milho. O grão exposto à secagem a 110°C apresentou aumento nos teores de amilose e amido resistente, redução na relação de PNA´s solúveis em relação ao total e aumento do nitrogênio ligado à fibra. No entanto, de maneira geral, essas modificações estruturais não foram capazes de proporcionar diferenças nos valores de energia. O segundo experimento teve por objetivo determinar a influência de diferentes híbridos de milho e temperatura de secagem, bem como o efeito da inclusão de enzimas exógenas sobre a digestibilidade ileal dos nutrientes, desempenho, rendimento de carcaça, morfometria intestinal e microbiota cecal de frangos de corte. Para tanto, foram utilizados 2.160 pintos de corte, machos da linhagem Cobb 500, de um dia de idade, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3 x 2 x 2 (três híbridos de milho, duas temperaturas de secagem - 80 e 110°C, com e sem adição on top de blend enzimático (15000 PROT.kg-1 de protease, 80 KNU.kg-1 de amilase e 100 FXU.kg-1 de xilanase), totalizando 12 tratamentos, com nove repetições e 20 aves por unidade experimental. Todas as dietas experimentais continham 1000 FYU.kg-1 de fitase. Para os parâmetros de desempenho e digestibilidade, observou-se que, em geral, houve interferência dos fatores híbrido e temperatura de secagem do milho. A adição on top de blend enzimático composto por xilanase, amilase e protease, proporcionou melhor melhor desempenho, parâmetros morfométricos intestinais, maior presença do gênero de bactérias Lactobacillus, Ruminococcus e Anaeroplasma, na fase inicial (um a 21 dias) em frangos de corte e melhor digestibilidade de nutrientes aos 42 dias de idade. No entanto, a adição do blend enzimático na dieta composta com grãos expostos a temperatura de secagem de 110°C não foi capaz de expressar diferenças nos parâmetros de desempenho e digestibilidade.