Para o Exército Brasileiro cumprir as suas missões, os cerca de 217.000 militares estão em constante adestramento sendo expostos a riscos biológicos. O objetivo desse trabalho foi conhecer os riscos biológicos nas atividades de militares do Exército Brasileiro. Foi realizado um estudo ecológico, cujas unidades de análise de área foram as doze Regiões Militares, com suas respectivas unidades federativas de abrangência. Os dados considerados no estudo estão compreendidos no biênio 2017 e 2018. Foi solicitado à Diretoria de Saúde do Exército os dados de doenças de notificação compulsória em militares e foram calculadas as incidências dos agravos. Realizou-se uma coleta de informações sobre agravos de notificação através de consultas a sítios eletrônicos que disponibilizam informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e foram calculadas as incidências dos agravos notificados. Foi calculado o risco relativo para os agravos em militares em relação à população em geral. Foi feita uma consulta a Diretoria de Abastecimento e uma pesquisa com organizações militares com efetivo animal para identificar casos de zoonoses. Os resultados mostram que as arboviroses urbanas transmitidas pelo mosquito Aedes spp. são os agravos que mais tiveram notificações entre os militares e foi verificado que, em alguns agravos e em algumas regiões do país, o risco de adoecer é maior nos militares do que na população em geral. A principal hipótese para esse risco maior nos militares é a maior exposição a animais peçonhentos e a reservatórios e vetores de zoonoses durante a realização de suas atividades, principalmente as operacionais. O veterinário militar é habilitado para exercer o papel de oficial de saúde na prevenção e controle dos riscos biológicos