Sambaquis são sítios arqueológicos monticulares distribuídos na costa brasileira, ocupando zonas cambiantes, como regiões lagunares, estuários, baías e manguezais (DEBLASIS, 2007, p. 30). Construídos por grupos de pescadores-coletores chamados sambaquieiros, a palavra sambaqui tem origem tupi (tamba significa conchas e ki, amontoado) (GASPAR, 2000). O município de Anchieta, Espirito Santo, Brasil, possui alguns sambaquis, um dos quais será, nesta pesquisa, tomado como espaço de educação não formal. O objetivo desta pesquisa foi empreender uma aula de campo no sambaqui (?) do rio Salinas para ensinar Ciências, a partir da metodologia freireana de trabalho com temas geradores, com vistas à alfabetização científica dos alunos. Fundamentaram esta pesquisa o pressuposto teórico sobre sambaquis (GASPAR, 2000); (SHEEL-YBERT 1994), espaços não formais (JACOBUCCI, 2008); (TRILLA, 2008), aulas de campo (COMPIANI, 2007); (CAMPOS, 2012), alfabetização científica (CHASSOT, 2016); (SASSERON e CARVALHO, 2008-2011), malacologia (SOUZA; LIMA; SILVA, 2011); e educação patrimonial (HORTA; GRUNBERG; MONTEIRO, 1996). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com procedimentos do tipo observação participante (LUDKE; ANDRÉ, 1986), da qual participaram estudantes do 7º ano da escola municipal de ensino fundamental “Professora Zuleika Flores da Purificação”, Anchieta, Espírito Santo; Brasil. As atividades buscaram abordar a unidade temática curricular Vida e Evolução, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com o tópico de malacologia como tema gerador dos conteúdos de evolução, ecologia e seres vivos no ensino de Ciências. Como resultados, durante a etapa de campo, com relação à produção didática, os dados coletados caracterizaram o espaço, revelando suas potencialidades pedagógicas. A etapa pós-campo revelou a diversidade biológica dos moluscos, demonstrado que nele havia pelo menos onze gêneros entre os bivalves e gastrópodes. Do ponto de vista do processo de ensino-aprendizagem, os resultados foram satisfatórios para os avanços na alfabetização científica do grupo de estudantes participantes. Como produto educacional apresentamos um manual para o desenvolvimento de uma aula de campo no sambaqui do rio Salinas, destacando suas potencialidades pedagógicas