No primeiro capítulo da tese, foi avaliado o potencial uso de aditivos naturais (óleo essencial de orégano, óleo vegetal de mamona e extrato de Baccharis dracunculifolia) e a monensina contra um grupo de bactérias ruminais. Três bactérias gram-negativas (Prevotella albensis, Prevotella bryantii e Treponema saccharophilum) e três bactérias gram-positivas (Ruminococcus albus, Ruminococcus flavefaciens e Streptococcus bovis) foram utilizadas. As bactérias foram cultivadas em meio de cultura (Hobson M2) em condições de anaeróbiose em tubos hungate de 10 mL a 39ºC. Para avaliar a capacidade inibitória, as bactérias foram incubadas por 24 horas nas concentrações finais de 10, 20,50 e 100 mg/L de cada aditivo e a densidade óptica (600nm) foi mensurada às 8, 12 e 24 horas. A monensina inibiu o crescimento das bactérias gram-positivas (P < 0,05). Em dosagens mais elevadas (> 20mg/L) foi também capaz de inibir o crescimento das bactéria gram-negativas, possívelmente pelo efeito bactericida. O óleo essencial de orégano inibiu o crescimento (P < 0,05) das bactérias gram-negativas e gram-positivas; enquanto os
29 outros compostos tiveram efeito marginal apenas em bactérias gram-positivas (óleo de mamona) ou nenhum efeito (Baccharis dracunculifolia). No segundo capítulo da tese avaliou-se o uso da tecnologia Ammonia Fiber Expansion (AFEX) que apresenta o potencial para aumentar a digestibilidade da fibra de alimentos volumosos, mas que pode
33 deixar resíduo, a acetamina, na carne. Primeiramente para se avaliar o potencial desta tecnologia, foram incubados alfafa, palha de arroz e palha de arroz tratada em três novilhas fistuladas por até 120 horas, para se determinar a cinética do desaparecimento da MS e FDN e caracterizar o perfil de colonização dos microrganismos. Posteriormente, um estudo com 40 fêmeas ovinas (37,1 ± 3,5 kg) recebendo uma das quatros dietas foram utilizadas para avaliar a performace e o resíduos de acetamina no sangue e músculo: 1) ALF = 250 g / kg de alfafa; 2) RS = 250 g / kg de palha de arroz; 3) ARS = 250 g / kg de AFEX palha de arroz e 4) ARSW = retirada da dieta ARS sete dias antes do abate. A palha de arroz tratada com AFEX apresentou maiores frações B e A+B e também maior
5 degradabilidade ruminal efetiva (P < 0.05). O perfil de colonização da palha de arroz AFEX foi mais similar a alfafa do que para a palha de arroz não tratada, por maior número de Bacteroidetes. Ovinos alimentados com dieta RS apresentaram desempenho similar aos ALF. Por outro lado, embora a ingestão de matéria seca dos ARS fora similar aos ALF o seu desempenho e eficiência alimentar foram reduzidos (P < 0.05). Uma correlação foi observada entre acetamida no sangue e no músculo dos animais alimentados com ARS. A retirada por até três dias da dieta ARS, foi suficiente para reduzir os níveis de acetamida no sangue (P < 0.05). Entretanto, o nível de acetamida no músculo foi similar até o sétimo dia de retirada. Embora o AFEX tenha aumentado a digestibilidade da palha de arroz, a inclusão de 25% deste alimento não melhorou o desempenho dos animais, entretanto um período de retirada superior a sete dias parece ser necessário para retornar os níveis basais de acetamida no músculo.