O objetivo foi avaliar a estabilidade in vivo e in vitro de mini-implantes (MI)
com alteração na morfologia de sua superfície. No estudo in vivo foi avaliada a
alteração na texturização dos MI. Foram inseridos sessenta (60) MI de Ti6Al4V,
nas dimensões 1,5 x 6,0 mm, na mandíbula de cães, na região alveolar interradicular vestibular, sendo no lado direito, os MI lisos, e no lado esquerdo, os
porosos (tratados com ácido). Os dois MI distais receberam carga imediata de 1,0
N, ficando o MI da extremidade mesial sem carregamento. No estudo in vitro foi
avaliada a alteração na forma dos MI, pela incorporação de microrroscas em sua
parte cervical. Foram inseridos oitenta (80) MI com comprimentos de 6,0 e 8,0
mm em blocos de osso sintético que apresentaram densidade de 20 pcf para
simular o osso medular e faixas com espessuras de 1, 2 e 3 mm com densidade
de 40 pcf para simular o osso cortical. Blocos com densidade uniforme de 40 pcf
também foram utilizados para simular áreas com grande densidade. O torque de
inserção (TI) foi quantificado na máquina de teste universal (EMIC). No estudo in vivo, vinte e oito (28) MI foram analisados pelo torque de inserção (TI) e remoção
(TR), mobilidade inicial (MbI) e final (MbF) e distância inter-MI (DIM) e dezoito (18)
pela análise histológica e histomorfométrica. Não houve diferença significativa
entre os MI lisos e porosos quanto ao TI, MbI, TR, MbF e DIM. Observou-se, no
início do experimento, TI elevado (15,90 a 19,20 N.cm) e MbI reduzida (-0,20 a
0,40) e, ao final, TR reduzido (2,60 a 4,10 N.cm) e MbF elevada (7,90 a 14,56).
No entanto, os MI porosos apresentaram TR maior e MbF menor quando
comparados aos MI lisos. Os deslocamentos dos MI porosos foram menores
quando comparados aos lisos, mas sem diferença estatística. Nível ósseo cervical
mais elevado foi constatado nos MI com carga, sendo maior no lado de
compressão. Não houve diferença estatística na porcentagem de contato e área
óssea dentro dos passos dos MI entre os grupos liso e poroso, mas ambos os
valores foram maiores nos MI porosos, na região intermediária. No estudo in vitro,
houve aumento do valor do TI associado com o aumento da espessura do osso
cortical e com o aumento no comprimento do MI. O valor do TI em ossos com alta
densidade foi praticamente o dobro dos valores encontrados nos outros grupos.
Concluiu-se que: embora sem diferença significativa, os MI porosos apresentaram
melhor estabilidade secundária e maior ósseo-integração. A aplicação de carga
imediata permitiu melhor integração óssea; MI com microrroscas e mais longos e
osso cortical mais espesso apresentaram estabilidade inicial mais elevada.