Atualmente, dados mundiais indicam que o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) pode ser o transtorno do neurodesenvolvimento mais diagnosticado nas próximas décadas. A relevância do ensino sistematizado e a prática baseada em evidências se tornam importantíssimas neste cenário para identificar e estimular cada etapa, pois, se os sinais precoces forem observados nas primeiras etapas do desenvolvimento, os ganhos com a intervenção podem ser extraordinários. A videomodelação vem sendo utilizada com sucesso no âmbito de intervenção em pessoas com TEA, pelo fato de esta população preferir e responder melhor às estratégias educacionais por meio de pistas visuais, podendo se mostrar de vital importância e eficácia no ensino de comportamentos-alvo, já que é uma abordagem que vem trazendo resultados positivos, conforme dados da literatura. Colabora, também, para capacitar indivíduos que queiram ensinar essas habilidades, sendo eles profissionais ou familiares. Desse modo, o objetivo da presente investigação é apresentar o efeito de uma intervenção com o emprego da videomodelação no ensino de habilidades básicas em crianças com diagnóstico de TEA. Nesse sentido, o estudo utilizou como variável independente videomodelação, associando a manutenção das habilidades com o treino dos pais, as habilidades básicas que fazem parte da variável dependente. A escolha do referido recurso se deu devido ao avanço tecnológico cada vez mais voltado para a saúde, que incluiu nesse contexto os processos educativos, havendo a necessidade de um programa de apoio mais didático para essa população. Portanto, a técnica foi usada para ensinar as crianças algumas habilidades básicas como: contato visual, imitação, identificação e emparelhamento. A instrução explícita ao assistir o vídeo pode ser uma habilidade importante para pessoas com autismo, pois pode levar à aquisição de novas habilidades. A partir de um currículo baseado na avaliação individualizada, os participantes receberam um treino constituído por um vídeo. Primeiro, foram feitas entrevistas com os pais; depois, sessões de linha de base; e, posteriormente, os indivíduos receberam o treino por videomodelação. Ao final, foram empregadas as ferramentas da psicoeducação com os pais, em formato de workshop, para que eles continuassem os treinos em casa de forma incidental, além de uma sessão de follow-up para verificar a generalização dos comportamentos treinados após um mês.