Com o intuito de aprofundar o conhecimento sobre protocolos hormonais de sincronização da ovulação à base de progesterona (P4) em Bos indicus, três estudos foram realizados. O primeiro estudo, composto por três experimentos (dois em vacas Nelore não-lactantes, e um em novilhas Nelore), baseou-se em avaliações ultrassonográficas diárias e colheitas de sangue para P4 circulante em momentos pontuais [início do protocolo (D0) e administração da primeira prostaglandina F2α (PGF)] de protocolos à base de P4 diferindo em: indutor de emergência de onda folicular; duração do protocolo; e indutor da ovulação ao final do protocolo. A administração de 16,8 µg de acetato de buserelina (GnRH) ao início do protocolo promoveu maiores taxas de ovulação após o D0 (~55%) e também maior número de corpos lúteos (CL) no momento da PGF. Em alguns momentos, protocolos à base de GnRH estiveram associados a antecipação da emergência de onda folicular (~1,9 d após D0) e/ou maior folículo ovulatório, bem como maior P4 circulante no momento da PGF, e pontualmente em fêmeas que ovularam após a administração deste fármaco. Não obstante, protocolos à base de benzoato de estradiol (BE) promoveram atraso na emergência da onda folicular (~2,4 d após D0), porém ambos (GnRH e BE) estiveram associados a alta taxa de sincronização da emergência de onda folicular entre D0 e D5 do protocolo (~92%). Em contrapartida, protocolos curtos (5 d de implante de P4), apenas com a inserção de implante de P4 no D0, estiveram associados à baixa taxa de emergência de onda folicular (~30%). Entretanto, as três estratégias citadas acima promoveram alta taxa de ovulação ao final do protocolo (~85%), e não diferiram em relação ao horário da ovulação. O segundo estudo, composto por dois experimentos (um em novilhas Nelore e o segundo em vacas Nelore), testou a fertilidade e variáveis fisiológicas de protocolos à base de P4 com duração de 7 d iniciando com BE (convencional) ou com GnRH (16,8 µg de acetato de buserelina) com adaptações (eCG e PGF no D6, e uma PGF adicional no D7), e com ou sem a administração de GnRH (8,4 µg) no momento da IATF. Ambos também receberam cipionato de estradiol (CE) no D7. Como esperado, observou-se maior taxa de ovulação (~67%) após o D0 e maior número de CL na PGF em protocolos iniciando com GnRH. A administração de BE ao início do protocolo esteve associada a maior luteólise entre D0 e PGF (~33%). No momento da retirada do implante (D7), protocolos à base de GnRH promoveram maior folículo dominante, e além disso, mais expressão de estro até a IATF. Contudo, apenas em novilhas observou-se maior folículo dominante no momento da IATF para o grupo GnRH. Ambos protocolos (iniciados com GnRH ou BE) obtiveram altas taxas de ovulação após a IATF (~92%). Em novilhas, não se observou efeito de tratamento (BE vs. GnRH no D0, com vs. sem GnRH na IATF) ou interações sobre a prenhez/IA (P/IA). Entretanto, em vacas, protocolos à base de BE obtiveram maior P/IA quando houve a administração de GnRH no momento da IATF (60,2% vs. 69,5%). Além disso, GnRH na IATF também favoreceu a P/IA de vacas que não expressaram estro durante o protocolo (Sem cio: sem GnRH 48,2% vs. com GnRH 59,1%), apesar de não ter sido observado este efeito em novilhas. O terceiro estudo avaliou a fertilidade e dinâmica ovariana de vacas Nelore submetidas a protocolo à base de P4 com duração de 7 d utilizando 0,5 ou 1,0 mg de CE no momento da retirada do implante (D7). Apesar de 1,0 mg CE produzir menor folículo preovulatório e menor taxa de ovulação após a IA em multíparas, a P/IA foi semelhante para ambas as doses nesta categoria (multíparas: 0,5 mg = 58,4% vs. 1,0 mg = 59,0%). Contudo, primíparas tiveram menor P/IA ao receber 0,5 mg CE (primíparas: 0,5 mg = 30,2% vs. 1,0 mg = 53,6%). Portanto, os estudos permitiram um conhecimento mais refinado em relação a protocolos à base de P4 em Bos indicus, especialmente quanto à eficiência de protocolos de 7 d e inclusão de GnRH tanto ao início quanto ao final.