Objetivou-se pesquisar a angioarquitetura, forma e localização e, também, aspectos miscroscópicos do sistema de condução do coração de cateto (Pecari tajacu), sendo utilizados 12 animais, 6 machos e 6 fêmeas. Para estabelecimento dos parâmetros topográficos do coração uma incisão foi realizada desde a sincondrose intermandibular à cartilagem xifoide, para remoção do esterno. Os corações foram retirados, dos quais quatro corações foram imersos em solução de formaldeído 10% por 24h para fixação e, posteriormente, feitas secções a fim de expor a face interna. Dois corações tiveram seus sistemas arteriais perfundidos com látex Neoprene (650) amarelo, e dois com acetato de vinil amarelo, estes posteriormente submetidos a corrosão com ácido sulfúrico a 20% por 72h. Foram incluídos em parafina histológica toda a região contendo o ângulo entre a veia cava cranial e átrio direito de dois corações e, dos dois restantes, fragmentos desde a região intercava, até a porção dorsal do septo interventricular, posteriormente, obtidos cortes de 5 μm, corados com hematoxilina e eosina (HE). A análise dos dados demostrou que o coração de cateto apresenta forma cônica alongada, ocupa a maior parte do espaço mediastínico médio do tórax e situa-se em região delimitada entre a 3ª e a 6ª costela, envolta pelo pericárdio, este ligado ao diafragma por meio do ligamento frenopericárdico. Do arco aórtico emergem dois ramos colaterais, o tronco braquiocefálico, que se ramifica em artéria subclávia direita e um tronco comum das artérias carótidas comuns direita e esquerda e, em seguida, em artéria subclávia esquerda. Nos modelos arteriais cardíacos a artéria coronária esquerda emergiu da aorta, entre a aurícula esquerda e o tronco pulmonar, e ramificava-se em um ramo superficial que retorna para a aurícula esquerda; um ramo circunflexo, o qual, pelo sulco coronário, circundava a base do coração em direção a face atrial; um ramo oblíquo e o ramo paraconal, que seguia em direção ao ápice. A artéria coronária direita emerge da aorta, entre a aurícula direita e o átrio direito, em seguida, bifurca-se em um ramo superficial que se insere na aurícula direita e no ramo circunflexo direito, que contorna a aurícula direita em direção a face atrial, onde torna-se o ramo subsinuoso, seguindo em direção ao ápice, conferindo ao coração uma vascularização do tipo equilibrada. O nó sinoatrial do cateto foi encontrado na região entre a veia cava cranial e o átrio direito, a nível subepicárdico, não envolvendo a região da junção por completo. É uma estrutura delgada, não encapsulada, envolvida por uma densa malha de tecido conjuntivo frouxo, onde pode-se notar artérias de pequeno calibre e células ganglionares. Os miócitos nodais são menores, com forma arredondada a ovoide e citoplasma menos eosinofílico que o miocárdio atrial, distribuídas como feixes entrelaçados sem nenhuma orientação específica. O nó atrioventricular do cateto está localizado próximo ao local de inserção do folheto septal da válvula tricúspide, numa região subendocárdica, sendo dividido em duas zonas, uma zona compacta e uma zona de transição. A primeira composta por células pequenas e arredondadas, algumas com zonas citoplasmáticas perinucleares transparente, fibroblastos e vasos sanguíneos; a segunda, apresenta células fusiformes, contínuas e organizam-se como uma rede, sendo menores que os miócitos de trabalho.