Introdução: A esquizofrenia é apontada como um dos transtornos psiquiátricos mais prevalente nos serviços de saúde mental. A medicina e as ciências do movimento têm procurado aperfeiçoar a experimentação da atividade física (AF) como procedimento eficaz na prevenção, tratamento e reabilitação de transtornos mentais. O objetivo deste estudo foi verificar os efeitos terapêuticos de um Programa de Atividade Física (PAF) nos níveis de depressão, ansiedade, humor (questionários) e inflamação (nível de IL 6 e TNF alfa salivar) de indivíduos com esquizofrenia. Metodologia : Foi realizado um (PAF) du rante 12 semanas, 2 vezes por semanais, com duração média de 45 minutos cada sessão e ênfase aeróbia. Participaram 32 indivíduos com diagnóstico de esquizofrenia; sendo 15 do sexo feminino e 17 do sexo masculino, divididos em Grupo Controle (GC, n=11, não participaram do PAF);
Grupo Intermediário (GI, n=10, executaram menos de 70% das sessões) e Grupo Exercício (GE, n=11, realizaram mais de 70% das sessões). Os voluntários assinaram o TCLE e preencheram ficha de anamnese com dados pessoais, de saúde e nível de AF. Foram aplicados antes e após o PAF os questionários: Índice de depressão de Beck (IDB),
Inventá r io de Ansiedade Traço Estado (IDATE) e Escala de Humor de Brunel (BRUMS), e feita coleta de saliva (congelada a 80ºC até a análise com Kit Elisa). Anál ise estatística : Após realização de testes de normalidade, foi realizado o teste de Kruskal Wallis para análise entre os grupos e teste de Wilcoxon para análises intragrupos , com significância estatística estabelecida em p 0,05 . Resultados : Cerca de 59% da amostra (n=19) foi classificada como sedentária; 32% (n=11) como irregularmente ativa e apenas 6% (n=2) da amostra era fisicamente ativa. Após o PAF, não houve mudanças antropométricas significantes em nenhum dos grupos. Verificou se redução estat i sticamente significante intragrupo para as variáveis IDB p =0,008), IDATE Traço ( p =0,040 ), subvariável “depressão” da variável BRUMS (p= e nível de IL 6 p = apenas no GE. O GC apresentou redução significativa da sub variável “vigor” da variável BRUMS p = 0,036). Discussão : A prática regular de AF mostrou se como um componente interessante para o tratamento de indivíduos em sofrimento psíquico, tendo em vista os resultados apresentados na pesquisa e os malefícios físicos, metabólicos e mentais que hábitos sedentários podem acarretar. Corroborando dados da literatura, o perfil sedentário ou pouco ativo da maioria dos indivíduos deste estudo contribui na manutenção de sintomas psicobiológicos negativos. Conclusão : A realização de um programa simples de prática de AF foi capaz de promover efeitos terapêuticos favoráveis nos participantes, independentemente de mudanças antropométricas. Outros estudos são necessários com o controle de outras variáveis e formas de exercício para análise e melhor compreensão de todos os benefícios que a prática de AF pode proporcionar aos praticantes com esquizofrenia.