Objetivo: Avaliar se há associação entre o estilo parental na alimentação, dificuldades alimentares, o estado nutricional e o hábito alimentar de crianças, além de realizar a avaliação das características psicométricas da versão brasileira do instrumento Questionário de Estilos Parentais na Alimentação (QEPA). Métodos: Estudo transversal, realizado com uma amostra total de 468 pais de crianças de 1 a 6 anos e 11 meses de idade, na sala de espera de um pronto-socorro particular, na cidade de São Paulo. As variáveis consideradas foram: o sexo e a idade em meses das crianças, idade e escolaridade dos pais, estilo parental na alimentação, a percepção de dificuldades alimentares, índices antropométricos para a faixa etária e a frequência alimentar das crianças. As análises estatísticas utilizadas para a validação do Questionário de Estilos Parentais na Alimentação, foi o índice de Alfa de Cronbach e Análise Fatorial Confirmatória (AFC), realizado com uma subamostra (n = 190). Para as demais análises de associação foi utilizado o teste Qui-Quadrado e regressão logística binária, considerando um nível de significância inferior a 5%. Resultados: Considerando a amostra total, a presença de dificuldades alimentares, de acordo com a percepção dos pais, foi de 46,1% nas crianças estudadas, com idade média de 43,9 ± 17,5 meses e maioria do sexo feminino 51,3%. O estilo parental mais frequente foi o permissivo, seguido do responsivo, controlador e negligente. O questionário apresentou consistência interna boa (Alfa de Cronbach total = 0,79), com análise fatorial confirmatória que se adaptou ao modelo proposto (X²/df = 2,21; p < 0,000; RMSEA = 0,07). Foram encontradas associações significativas entre a presença de dificuldades alimentares e os estilos parentais X² (3) = 41,208, (p<0,001), assim como as dificuldades alimentares também estiveram associadas ao estado nutricional da criança (X² (1) = 4,750; p = 0,03 OR 0,61; IC 95% 0,39-0,95). Foram encontrados como fatores de risco para não perceber seu filho com dificuldade alimentar, o fato de o pai pertencer ao estilo permissivo, o filho ter IMC maior e alto consumo de industrializados. Conclusão: Há associação significativas entre as variáveis estudadas e a versão brasileira do questionário que avalia o estilo parental na alimentação apresentou validade e confiabilidade para a população estudada.