A cana de açúcar na alimentação animal vem sendo utilizada há muitos anos por pecuarista para suprir a demanda de alimento no período seco do ano. A “cana energia” surge como uma alternativa promissora, pois apresenta alto rendimento de massa verde ha-1 sendo menos exigente que a convencional. Objetivou-se avaliar a composição bromatológica, o perfil fermentativo e a degradabilidade in vitro de duas cultivares de “cana energia” submetidas a diferentes aditivos. A pesquisa foi realizada no Campus II da UFG, município de GoiâniaGO, entre outubro de 2016 a novembro de 2018. Utilizou-se os seguintes tratamentos: duas cultivares de cana energia, VG 3 e VG 1126, submetidas a 1% de ureia, 1% de NaOH, 1% de CaO sobre a MV, Lactobacillus plantarum e sem aditivo. Utilizou-se o DIC, em esquema fatorial 2x5 com oito repetições. As canas foram picadas em partículas de 1-2 cm, utilizando a planta inteira. Foi retirada uma porção de 2 kg para análise de MV e posteriormente realizou a inclusão dos aditivos em cada 100 kg de MV e ensilados em baldes plástico medindo 29 cm de diâmetro por 31 cm de altura. No fundo dos baldes colocou areia seca e sombrite para quantificação das perdas por efluentes. A massa verde foi compactada com o auxílio de um bastão de ferro a cada 10 cm até atingir densidade de 500-650 kg/m³. A abertura dos mini silos ocorreu aos 72 dias após a ensilagem. Utilizou-se a parte central do balde para realizar as análises. Foi retirada uma amostra que foi subdividida em três partes: a primeira subamostra foi levada a estufa de ventilação forçada a 55ºC por 72h, visando a determinação da matéria pré seca e posteriormente as amostras foram moídas para realização das análises. Foram determinados os teores de MS, MO, MM, PB, FDN, FDA, EE. As outras subamostras, foram utilizadas para extração do suco com a finalidade de analisar pH, poder Tampão, AGV´s, perdas por gases, efluentes e IRMS, e DIVMS. Os dados foram submetidos à análise de variância e teste de média utilizando Scott Knott a 5% de probabilidade com o auxílio do Software R. Os aditivos influenciaram na composição bromatológica das silagens, sendo que o CaO em ambas cultivares apresentou melhores resultados quanto ao teor de MS, MM, FDN e FDA. A ureia proporcionou o melhor teor de PB nas duas cultivares. Os aditivos promoveram diferenças significativas no perfil fermentativo, as menores perdas por gases ocorreram com a utilização de NaOH e CaO, porém ocasionaram as maiores perdas por efluentes. O CaO foi mais eficiente quanto ao IRMS, bem como no teor de CHO´s em ambas cultivares, mas estes apresentaram os mais elevados valores de pH e poder tampão. Com ureia se obteve o maior teor de N-NH3. Com ureia e CaO obteve os melhores resultados quanto aos teores de AL mas também de AB. Os tratamentos refletiram positivamente na DIVMS, sendo que para a cultivar VG 3, o NaOH e CaO proporcionaram maior teor de FS, enquanto na cultivar VG 1126 foi o tratamento testemunho. A DIVMS foi mais efetiva tanto em 48 ou 72h de fermentação utilizando NaOH e CaO, em ambas as cultivares. A degradação do FDN foi influenciada, sendo que na cultivar VG 3 no tempo de 48h, utilizando LP foi o menos eficiente, enquanto os demais tratamentos não diferiram em 72h. Na cultivar VG 1126, em 48h de degradação utilizando NaOH e CaO apresentou melhores resultados e em 72h o CaO foi o menos eficiente. A utilização de NaOH e CaO nas silagens de cana energia avaliadas se mostraram mais eficientes, tanto no processo de fermentação, melhorias na qualidade da silagem quanto na degradabilidade in vitro.