Os experimentos foram conduzidos no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, UFV, no campus de Viçosa, gerando informações apresentadas em dois capítulos. No primeiro capítulo, objetivou-se isolar e identificar bactérias do ácido lático em silagem de sorgo, quantificar por PCR em tempo real a população do L. buchneri, bem como, avaliar mudanças no perfil fermentativo e valor nutritivo de silagens de sorgo inoculadas com cepas selvagens. Os tratamentos foram dispostos em esquema fatorial 4 × 5, sendo quatro inoculantes, controle (CON), L. buchneri estirpe 50.1 (LB.1), L. buchneri estirpe 50.4 (LB.4) e LALSIL AS, L. buchneri CNCM I-4323, Lallemand (LAS) e cinco períodos de fermentação (7, 14, 28, 45 e 90 dias) no delineamento inteiramente casualizado, com três repetições. Um total de quarenta e sete isolados foi obtido com predominância da espécie L. buchneri aos 45 e 90 dias de fermentação. Os dados do qPCR demonstraram que L. buchneri predominou durante todos períodos de fermentação. Foi verificado efeito da interação I × P (P<0,05) para os parâmetros pH, amônia, BAL, leveduras e mofo. Nos dias 14, 28, 45 e 90 a silagem CON, apresentou população de levedura superior (P<0,05) quando comparado às silagens inoculadas. Ao avaliar a composição química das silagens aos 45 e 90 dias de fermentação, foi verificada interação I × P (P<0,05) para as variáveis MS, FDN, DIVMS e DIVFDN. Aos 90 dias de fermentação silagem tratada com L. buchneri apresentaram valores superiores (P<0,05) de DIVMS comparados à silagem CON. Assim como o inoculante comercial, as cepas selvagens LB50.1 e LB50.4 alteraram positivamente o perfil fermentativo e a composição química das silagens de sorgo, portanto são inoculantes potenciais para produção de silagem. No segundo capítulo, objetivou-se avaliar os efeitos da adição de protease exógena na fermentação e valor nutritivo de silagens de grão de milho e sorgo reidratados em diferentes períodos de armazenamento. Grãos de milho e sorgo foram moídos em tamanho de partícula de 3 mm e a umidade reconstituída para 35%. Foi utilizado um esquema fatorial 2 × 6 × 3, sendo dois grãos (milho e sorgo), seis doses da enzima (0; 0,3; 0,6; 0,9; 1,2 e 1,5% com
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base na MN) e três períodos de fermentação (0, 60 e 90 dias) no delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições. A aspergilopepsina é uma protease de origem fúngica produzida por Aspergillus niger. Houve efeito (P<0,05) da interação G × E × P sobre PSOL, CHO, amido, FDN, N-NH3 e leveduras. Foi observado maiores teores de amônia (P<0,05) durante a fermentação para silagem de GM e GS independente da dose de enzima avaliada. Foi observada maior (P<0,05) concentração de PSOL aos 90 dias fermentação nas silagens de ambos os grãos, independente da dose de enzima usada. A variável PB foi afetada pelo G (P<0,05) e P (P<0,05), enquanto que a DIVMS foi afetada pela E (P<0,05) e P (P<0,05). Os dados observados para digestibilidade in vitro da matéria seca em função das doses da enzima se ajustaram a um modelo quadrático, cujo maior valor, 880,93 g/kg, foi observado na dose de 1,09%. No presente estudo a concentração de PSOL e amônia apresentou correlação linear (R²= 0,88, P<0,001) com a digestibilidade in vitro da matéria seca. A adição de 1% de protease exógena no momento da ensilagem de grãos de milho e sorgo reidratados aumentou as concentrações de amônia e proteína solúvel o que proporcionou aumento da digestibilidade in vitro da matéria seca em menor tempo de armazenamento.