A suinocultura representa uma atividade com grande impacto nacional, contudo alguns pontos ainda carecem melhorias, dentre estes, as questões reprodutivas. As causas das perdas fetais, incluindo mumificação, podem ser diversas, incluindo causas infecciosas. Portanto, os objetivos deste estudo foram identificar a presença de Parvovírus suíno, Circovírus suíno tipo 2 e 3 e de Leptospira patogênica em fetos suínos mumificados no sul do Brasil, estimar a idade da perda gestacional e determinar se há maior ocorrência de mumificados de acordo com a ordem de parto. As amostras provieram de granjas produtoras de leitões com taxas de mumificação fetal ≥ 2,5%. Os mumificados foram pesados, medidos e necropsiados, coletando-se fragmentos de pulmão, rim, fígado e coração. Os resultados das PCRs das 308 amostras foram classificados de acordo com a região de origem, onde Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul totalizaram 87 (28,25%), 89 (28,9%) e 132 (42,86%) mumificados, respectivamente. A coinfecção foi observada na maioria das amostras, sendo o PCV3 o principal agente encontrado: 298 (96,75%) amostras. Houve maior incidência de perdas gestacionais entre 50 e 60 dias de gestação (85; 27,6%) e entre 60 e 70 dias (83; 26,9%), e a ordem de parto não demonstrou relação significativa com a ocorrência de mumificação fetal. Estas descobertas podem elucidar as altas taxas de mumificados no sul do Brasil devido à alta prevalência de PCV3 e coinfecções. Além disso, a alta positividade do PCV2 sugere-se uma melhor investigação, podendo resultar em uma mudança nos protocolos vacinais existentes.