Objetivou-se avaliar os efeitos dos níveis de inclusão de alcaloides piperidínicos de algaroba (APA) em dietas sobre os parâmetros nutricionais e ruminais em caprinos: consumo e digestibilidade dos nutrientes; excreção urinária de creatinina, ureia, derivados de purina e síntese ruminal de proteína microbiana; população de protozoários e produtos da fermentação ruminal; palatabilidade e preferência dos concentrados. Experimento 1: o delineamento experimental foi disposto em quadrado latino duplo 5 x 5. Às dietas adicionaram-se monensina sódica (2,7 mg/kg MS) e APA (0; 9,2; 18,4 e 27,6 mg/kg MS). O ensaio foi composto por cinco períodos de 25 dias. Foram utilizados dez caprinos mestiços de Anglo Nubiano x SRD, machos não castrados, com idade aproximada de 210 dias e peso corporal inicial médio de 27,99±1,33 kg. O consumo de MS, nutrientes e energia foram similares para as dietas aditivadas com monensina (MON) e APA. A dieta com APA incrementou o consumo de MS, MO, PB, EE, CNF, NDT e energia, quando se compara com a dieta sem aditivo. Em relação aos coeficientes de digestibilidade, houve similaridade para MS, MO, FDN, PB, EE e NDT nas dietas com MON e APA (P>0,05). Entretanto, para digestibilidade do CNF o aditivo APA foi superior a MON (P<0,05). Não houve diferença para o volume urinário e concentração plasmática de creatinina entre as dietas aditivadas e sem aditivo (P>0,05). Observou-se diferença para a excreção urinária de creatinina entre a dieta aditivada com APA e a sem aditivo (P<0,05). Para o balanço de nitrogênio, não houve diferença entre as dietas aditivadas (P>0,05). Houve similaridade nas excreções urinárias de ureia e nitrogênio ureico para ambas as dietas (P>0,005). O mesmo ocorreu para produção e eficiência microbiana. No entanto, houve diferença quanto aos níveis plasmáticos de ureia e nitrogênio ureico entre as dietas aditivadas (P<0,05), e também quando comparado à dieta sem aditivo com a dieta com APA (P<0,05). Nenhum efeito foi observado (P>0,05) para ácidos graxos voláteis (AGV’s) e a produção de metano (CH4) entre as dietas aditivadas com APA em relação à MON. Houve diferença na concentração do N-NH3 no rúmen entre as dietas aditivadas, com menor valor para MON quando comparado ao APA (P<0,05). A dieta aditivada com 27,6 mg/kg de MS de APA elevou em 27,08% a concentração de N-NH3 em relação à dieta controle. Para a quantificação da população total dos protozoários ruminais e identificação dos gêneros, não houve diferença entre animais dos grupos MON e APA (P>0,05), com exceção do gênero Isotricha spp. (P<0,05). O gênero Entodinium spp. foi dominante. A concentração de protozoários variou de 1,28 a 2,61 x 106/mL no fluído ruminal. Quanto à classificação dos protozoários (pequenos, médios ou grandes), houve predomínio dos médios. Experimento 2: para avaliação da palatabilidade, o delineamento foi disposto em quadrado latino quádruplo 4 x 4, sendo quatro dietas (as dietas foram as mesmas do experimento 1, porém, sem a monensina). Na avaliação de preferência o delineamento foi inteiramente casualizado (DIC) com quatro dietas. O ensaio experimental teve duração de 32 dias. Foram utilizados oito caprinos adultos mestiços de Anglo Nubiano x SRD, machos não castrados, com peso corporal inicial médio de 46,92±0,99 kg. A inclusão do APA no concentrado não alterou a palatabilidade dos alimentos, visto que não foram observadas diferenças para as variáveis em análise (Avaliando, consumindo, ócio, CMS e taxa de ingestão), quando comparadas à dieta sem aditivo (P>0,05). Os concentrados aditivados com APA foram preferidos pelos caprinos, visto que houve diferença entre a dieta sem aditivo e com APA (P<0,05). O ajuste foi quadrático para essa avalição, com ponto de máximo em 16,9 mg/kg MS. Ambos os ensaios ajudam a justificar a aplicação do APA na alimentação de ruminantes, por se tratar de um produto alternativo, mas é necessário avaliar sua ação sobre outros segmentos na produção animal.