Os Ímãs de Terras Raras (ITR), utilizados em turbinas eólicas e motores elétricos, são imprescindíveis para a produção de energias limpas e o controle de emissões. No entanto, os riscos ambientais e as incertezas quanto à garantia de fornecimento de elementos de terras raras (ETR), essenciais para a produção de ITR, resultam na necessidade de estratégias rumo a uma cadeia produtiva mais sustentável. Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo desenvolver um método para avaliar a sustentabilidade ambiental da produção de imãs de terras raras no Brasil, em fase de projeto, integrando as diretrizes ambientais do Global Reporting Initiative (GRI) ao fluxo produtivo. Inicialmente foi realizada a seleção dos indicadores ambientais tendo como base as diretrizes GRI, a literatura e os relatórios de sustentabilidade GRI. Na sequência, o método foi estruturado, estabelecendo-se relação entre a caracterização do fluxo produtivo e cada etapa do processo relacionada aos indicadores ambientais selecionados na fase anterior. Para facilitar a interpretação dos dados e a comparação entre indicadores, os dados foram então normalizados em CO2 por meio da ferramenta Eco Audit®, disponível no software CES Selector®, onde foram determinados os fatores de emissões, os quais foram validados para produção nacional, por meio da análise e coleta de dados de inventários de CO2 e relatórios de sustentabilidade. O método foi então aplicado ao contexto do LABFABITR e posteriormente a abordagem metodológica proposta foi avaliada por pesquisadores de ITR e gestores do LABFAITR. Por fim, para auxiliar na formulação de estratégias visando a melhoria ambiental, foram considerados cenários hipotéticos da produção de ITR, a fim de possibilitar a avaliação do cenário atual em relação ao ideal. Os resultados indicaram que as emissões para a produção de 8 toneladas de ITR/ano são estimadas em 51 toneladas de CO2equivalente/ano, em que 79% das emissões são provenientes da energia utilizada. Também foi evidenciado que 31% dos elementos envolvidos na produção de ITR são classificados como perigosos. A geração de resíduos é estimada em 6,5 toneladas/ano onde 0,4 toneladas/ano de rejeitos de ETR (NdPr e NdFeB). Os processos de redução eletrolítica e revestimento apresentaram maior impacto, sendo estes os prioritários frente a ações de melhoria. Além disso, o cenário hipotético ideal, em termos de emissões de CO2, configura o fornecimento 100% nacional combinando ao uso do transporte ferroviário ao hidroviário, com uso de energia elétrica de fonte solar. Finalmente conclui-se que o método proposto apresenta contribuições para a construção da cadeia produtiva sustentável de ITR.